O diálogo contínuo que marca o filme é quase que autoreflexivo. Os personagens mostram um problema, debatem, e concluem. Com isto, faz-se necessário mais acompanhar o raciocínio do que outra coisa.
Foi assim que aquela reflexão surgiu. A história é baseada no livro homônimo, lançado no início da década de 80. Já fazem, portanto, quase 30 anos que o livro foi escrito. Porém, as questões levantadas, suas causas, seus agentes, suas consequencias, suas "soluções", assustadoramente tudo mostra-se extremamente contemporâneo. Como se a obra tivesse sido escrita hoje.
Mas calma, o título do filme não é "ponto de mutação"? Claro que varias interpretações são possíveis, no entanto será que o autor não esperava que os anos em que a obra foi feita fossem fatídicos? Que o escritor vivia anos antecessores a profundas mudanças, mutações? Ou no mínimo, que a década de 80 não fosse o grande momento, mas que pelo menos deveria ser, e que para isto ele escrevia?
Infelizmente, se alguma dessas versões são válidas, a história não foi bem essa. E é essa minha grande inquietação. Como a mais de 30 anos atrás nossos problemas já existiam com tão clara definição.
Contrariamente ao que o autor possivelmente esperava, dentre todos os temas levantados, o único que de fato nao se concretizou foi o presente no título: o ponto de mutação.
Lucas Carboni Palhares - 1 ano diurno
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