O filme "O Ponto de Mutação" de Bernt Capra, baseado na obra de Fritjof Capra, propõe uma discussão mais profunda sobre os problemas contemporâneos. De 1989, as discussões se encaixam, ainda, perfeitamente em 2013. Passando-se dentro do Monte Saint-Michel, fortificação francesa do século XIII, pode-se identificar um conflito passado versus presente, explícito na discussão das personagens, onde existem críticas à visão cartesiana, à posição baconiana e mesmo à física newtoniana.
Na Inglaterra do tempo de caça as bruxas, Francis Bacon apoiou a morte das ditas "bruxas", porém soube-se tempo depois que a bruxaria não passava de medicina caseira, consagrada por muitos povos e propulsora de técnicas da medicina moderna. Ainda nessa linha, a patriarquia é colocada como causa de danos históricos, o homem não domina somente sua família, sua cidade ou seu Estado, mas passa a dominar a Terra, e assim danificá-la.
Faz-se claro também a crítica a perversão da ciência. O saber como poder. Santos Dumont criou o avião para o bem da humanidade, e ao ver sua criação usada para a guerra, tanto a Primeira Mundial, quanto a da Revolução de 32, suicidou-se.
A aproximação entre ciência e cultura se faz presente também, em saltos entre Johannes Kepler, William Shakespeare e Pitágoras. O uso recorrentes de poemas na explicação científica traz uma visão diferenciada sobre pontos do tempo, de William Blake a Pablo Neruda, em uma dinâmica que deveria ser adotada incessantemente, a da ciência como cultura e da cultura como ciência.
Marcelo Ferreira Rosa Filho - Direito Noturno
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