Nascemos subjulgados a um contrato, que limita nossa
liberdade em nome de uma liberdade ainda maior e melhor. Abdicamos-nos de
alguns direitos e entregamo-lo para um estado, que promete cuidar e nos proteger,
e seguimos nossas vidas confiantes de que a sociedade funciona, e que as coisas
estão certas.
Somos então submetidos
a um sistema que promete corrigir e não punir, onde o objetivo é a reabilitação
dos que quebram com o contrato social do qual nasceram. E permanecemos então sob
essa justiça, do qual não escolhemos, mas fomos induzidos a aceitar e acatar a
sua forma.
Mas qual é o
primeiro pensamento que temos ao descobrir que algum crime ocorreu? Somos logo,
tomados por um senso de justiça, e consideramos as punições brandas, exigindo e
cogitando a hipótese de punições das quais não deveríamos pensar. Ligamos a
Televisão todos os dias e vemos programas mostrarem crimes, e cobrarem por
atitudes mais severas, cobrarem punições mais radicais, e tomados pelo
sentimento de vingança desejamos que essas pessoas paguem com o mesmo
sofrimento que geraram.
Mais será que
realmente é o sistema que está errado? Hobbes acreditava que o homem é mau, que
o homem é seu próprio lobo, e que na verdade é a sociedade que o controla. E
quando nos deparamos com esse sentimento coletivo de revolta, quando ouvimos da
maioria que a sentença a morte seria justa, nos deparamos com o estado natural
do homem, o estado de instinto onde não se deseja corrigir e sim gerar dor,
onde se deseja vingança, e percebemos que o erro não esta no sistema e sim no
homem. No homem que é capaz de errar e no homem que não é capaz de perdoar. E essa
identificação coletiva, esse instinto natural que todos têm de vingança, é que
faz com que todos sejam suscitados a esse desejo coletivo de “justiça”.
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