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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Instinto Coletivo


                Nascemos subjulgados a um contrato, que limita nossa liberdade em nome de uma liberdade ainda maior e melhor. Abdicamos-nos de alguns direitos e entregamo-lo para um estado, que promete cuidar e nos proteger, e seguimos nossas vidas confiantes de que a sociedade funciona, e que as coisas estão certas.
            
              Somos então submetidos a um sistema que promete corrigir e não punir, onde o objetivo é a reabilitação dos que quebram com o contrato social do qual nasceram. E permanecemos então sob essa justiça, do qual não escolhemos, mas fomos induzidos a aceitar e acatar a sua forma.
          
                Mas qual é o primeiro pensamento que temos ao descobrir que algum crime ocorreu? Somos logo, tomados por um senso de justiça, e consideramos as punições brandas, exigindo e cogitando a hipótese de punições das quais não deveríamos pensar. Ligamos a Televisão todos os dias e vemos programas mostrarem crimes, e cobrarem por atitudes mais severas, cobrarem punições mais radicais, e tomados pelo sentimento de vingança desejamos que essas pessoas paguem com o mesmo sofrimento que geraram.
           
               Mais será que realmente é o sistema que está errado? Hobbes acreditava que o homem é mau, que o homem é seu próprio lobo, e que na verdade é a sociedade que o controla. E quando nos deparamos com esse sentimento coletivo de revolta, quando ouvimos da maioria que a sentença a morte seria justa, nos deparamos com o estado natural do homem, o estado de instinto onde não se deseja corrigir e sim gerar dor, onde se deseja vingança, e percebemos que o erro não esta no sistema e sim no homem. No homem que é capaz de errar e no homem que não é capaz de perdoar. E essa identificação coletiva, esse instinto natural que todos têm de vingança, é que faz com que todos sejam suscitados a esse desejo coletivo de “justiça”.

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