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domingo, 4 de maio de 2025

A questão do trabalho : entre Hegel e Marx

   Hegel foi um pensador alemão que buscou desenvolver a evolução da consciência humana, da história do homem e das instituições de forma dialética. A partir disso, propõe o conceito de “ leis históricas”, no qual a história do homem tem um caminho a seguir, sendo esse, em sentido a liberdade do homem e a conquista de sua autoconsciência. Ao aplicar tal raciocínio a questão do trabalho no mundo capitalista é possível fazer a seguinte análise: a relação entre operário e o dono do meio de produção se inicia no pós revolução industrial, no século 18, de forma abusiva e insalubre, após muita luta, alguns direitos básicos foram conquistados, porém , nos dias de hoje, novas formas de violência contra o trabalhador surgem, de forma a sempre fazer a manutenção dessa estrutura opressiva.

   O pensamento hegeliano é tido como idealista, já que para ele a explicação do mundo estava nas ideias, na razão, e é exatamente por esse motivo que Marx o criticava, uma vez que, para si, devemos partir do que ocorre na realidade, na experiência, para depois desenvolver esse conteúdo no campo das ideias. A partir disso, é possível criticar a questão trabalhista apresentada. De fato, alguns direitos e proteções ao trabalhador foram conquistadas, mas elas realmente o protegem? 

  

 Marx aponta que a estrutura social e dos meios produtivos que podemos observar nos dias de hoje é uma consequência legada do passado, ou seja, toda a desigualdade e conjuntura opressora contra o operário são traços extremamente enraizados na sociedade e difíceis de serem vencidos, assim, ainda é possível enxergar uma super exploração trabalhista.

  

 Desse modo, ao observar a questão laboral e como são essas relações levando em conta que, temos conquistadas medidas protetivas do direito do trabalhador, mas ainda sim, ao pensar no que realmente acontece, vê-se que o trabalhador não é de fato protegido devido a estrutura da sociedade que herdamos. A título de exemplificação desse cenário, situações abusivas entre chefe e trabalhador, infelizmente são muito comuns, e isso acontece principalmente pela falta de conhecimento dos seus direitos, o sistema não lhe deixa contestar uma ordem ou reivindicar seus direitos quando são ameaçados pois existe o medo, por parte do trabalhador, de ser demitido ou sofrer alguma punição, assim, preferem se subjugar a esse ambiente abusivo pela necessidade do trabalho para seu sustento e de sua família além da insegurança com o desemprego. 

 

  Apesar das conquistas trabalhistas, a estrutura capitalista mantém a exploração do operário, pois as leis sozinhas não garantem liberdade real. Marx mostra que a verdadeira emancipação exige mudar as relações de produção, já que o medo do desemprego e a desigualdade ainda subjugam o trabalhador. Enquanto houver dominação econômica, os direitos formais serão insuficientes.



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