Positivismo é uma corrente sociológica criada na França
entre os séculos XIX e XX, na qual o pensamento de “ciência como único conhecimento
válido” é disseminado. Pensando nisso, concluímos que, para pensadores como
Auguste Comte (principal idealizador do movimento), tudo deve ser feito para um
idealizado progresso, este científico, industrial e tecnológico.
Entretanto, tal pensamento contrasta com um dos principais conceitos
regedores da sociedade humana, sendo este a ética. Ética pode ser explicada
como um conjunto de princípios e valores morais que orientam o comportamento
humano.
Levando isto em consideração, questiono: “Até que ponto a busca
pelo “progresso” nos permite ferir a ética para com quem está ao nosso lado?”. No
livro “O Complexo industrial-prisional” de Angela Davis é explorada a
informação de que por muitos anos presos eram utilizados como cobaias para o teste
de produtos fármacos. Para um positivista, talvez esse tipo de situação não
seja tão problemática, assim como dito pelo dermatologista Albert kligman,
envolvido nos vários abusos ocorridos na penitenciaria de Holmesburg nos EUA, “Tudo
o que eu via diante de mim eram acres de pele.” Acaso podemos desumanizar e
utilizar dos corpos de prisioneiros em prol da ciência, do progresso? Ou tais seres
devem ser excluídos como parte da sociedade? Ademais, o que seria esse tão sonhado
progresso? Talvez, a estagnação científica também seja um progresso.
Talvez, se não fossemos egoístas ao pensar na nossa própria concepção
de evolução, construiríamos uma sociedade mais ética.
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