Émile Durkheim,
um dos fundadores da sociologia, desenvolveu teorias que ainda hoje ajudam a
compreender a sociedade. Sua concepção de fato social destaca como normas,
valores e regras moldam o comportamento humano e mantêm a coesão social. No
entanto, quando essas normas são enfraquecidas, entramos em um estado que
Durkheim chamou de "anomia", caracterizado pela desintegração das
estruturas sociais e pela desorientação moral.
Podemos
relacionar o que o autor chama de anomia com as diversas taxas de criminalidade
no mundo todo. Em sociedades marcadas por desigualdades econômicas, desemprego
e exclusão social, os indivíduos frequentemente enfrentam dificuldades em
internalizar as regras sociais, o que leva à sensação de desconexão. Tal
contexto cria um terreno fértil para comportamentos desviantes e atos
criminosos, que podem ser vistos como formas de resistência ou como tentativas
desesperadas de adaptação.
Durkheim também
argumentava que a criminalidade, até certo ponto, é uma característica normal e
funcional das sociedades. Para ele, o crime pode provocar mudanças nas leis e
normas, contribuindo para a evolução social. Todavia, quando os índices de
criminalidade excedem certos limites, a funcionalidade desaparece e o tecido
social começa a se deteriorar.
Conclui-se,
portanto, que ao interpretar as teorias de Durkheim, comportamentos que desviam
do padrão pré-estabelecido de como uma sociedade deve se comportar – como o
crime – forçam o coletivo a enfrentar essa desorganização social e reconstruir
os alicerces éticos e morais que sustentam a vida coletiva.
Lorraine de
Oliveira Maciel – Direito – 1º ano - Matutino
Nenhum comentário:
Postar um comentário