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segunda-feira, 14 de abril de 2025

A Função Social da Educação Pública

  A educação desempenha um papel fundamental na estrutura da sociedade. É essencial disseminar saberes, princípios e normas para capacitar os indivíduos a enfrentarem os inúmeros obstáculos que se apresentam. Dentro dessa perspectiva, Émile Durkheim, um sociólogo francês, por meio de sua abordagem sociológica, o funcionalismo, examina a educação como um acontecimento social, isto é, um fenômeno coletivo que afeta nossos modos de agir e de pensar e, por conseguinte, define nossa conduta social.

  Aprofundando um pouco no Funcionalismo, Durkheim propõe que a sociedade funciona de maneira similar ao corpo humano, em que cada órgão executa uma função distinta e necessária para o funcionamento completo. Da mesma maneira, na sociedade, os fatos sociais - como a educação, a família, as leis, a língua – exercem diferentes funções e, através da coerção social, asseguram ao corpo social uma espécie de ordem e progresso. Assim, as instituições sociais têm um objetivo claro: evitar a anomia, em outras palavras, evitar o estado de desordem social que comprometeria toda a estabilidade e progresso existentes.

  Trazendo esse pensamento para a hodiernidade e analisando as escolas públicas brasileiras, podemos ver que essa estabilidade social mencionada pelo sociólogo, apesar de, na teoria, ser promotora de coesão e progresso, na prática é garantida pela falta de criticidade dos cidadãos. Sob esse viés, as escolas públicas brasileiras têm a função social de formar tecnicamente indivíduos para o mercado de trabalho, sem fazê-los desenvolver um senso crítico da realidade. Por conseguinte, isso contribui para a vigência do sistema capitalista, por meio de uma massa trabalhadora “disciplinada” e dominada ideologicamente, as “engrenagens” funcionam de maneira ideal.

  Em suma, vemos que a educação pública, ao invés de promover transformações sociais, é principalmente utilizada para a manutenção do status quo, promovendo grande desigualdade social e limitando a existência individual em nome de uma falsa ordem.


João Marcos Borges Silva -  1º ano - Direito (noturno)

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