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segunda-feira, 14 de abril de 2025

Uma Ordem Seletiva em um Mundo Plural

    Em um mundo cada vez mais plural e conectado, observa-se que as estruturas sociais ainda se mostram insuficientes para acolher toda a diversidade humana. Nesse contexto, surge a reflexão: vivemos em um mundo fora da ordem ou sob uma ordem que nunca incluiu o mundo como ele é? A partir dessa perspectiva, defende-se que a ordem vigente, construída historicamente com base na exclusão, não contempla as necessidades e os direitos das minorias, intensificando, assim, todo esse cenário de desigualdade e alienação.

    Em primeiro lugar, é importante considerar que a ordem social foi historicamente moldada a partir de interesses dominantes, o que resultou na marginalização de diversos grupos minoritários, como pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+, entre outros. Essa estrutura desigual naturalizou privilégios e normalizou violências simbólicas e materiais contra quem foge do padrão estabelecido. Como exemplo, pode-se citar a sub-representação desses grupos nos espaços de poder e decisão, o que reforça a manutenção de uma ordem que não dialoga com o conjunto da sociedade.

    Além disso, a invisibilização das minorias nas políticas públicas e nos discursos oficiais evidencia uma lógica de exclusão institucionalizada. Mesmo com avanços legais e sociais em algumas regiões, muitos desses direitos ainda não são plenamente garantidos na prática. Isso demonstra que o problema não está na ausência de regras ou organização, mas sim na construção de uma ordem que exclui parte significativa da população. Assim, não se trata de um mundo fora da ordem, mas de uma ordem que se afastou do mundo real e de suas complexidades.

    Um exemplo trágico dessa ordem excludente pode ser observado na atual situação da Palestina. A população palestina, submetida a décadas de ocupação, bloqueios e conflitos armados, enfrenta uma grave crise humanitária e de direitos humanos. O sistema internacional, muitas vezes inerte ou seletivo em sua atuação, mostra que há vidas e territórios considerados menos urgentes ou menos valiosos para a geopolítica global. Essa seletividade revela como a ordem mundial vigente perpetua desigualdades e legitima violências, especialmente contra povos historicamente vulnerabilizados. Assim, a Palestina torna-se símbolo de uma ordem que não representa o mundo, mas apenas interesses específicos.

    Diante do atual cenário, perante a uma ordem incompatível ao mundo vivenciado, é comum a sensação coletiva de que o fim do mundo está mais próximo do que o fim do capitalismo, sistema pelo qual a sociedade encontra-se inserida, alienada e oprimida. Entretanto a luta que parte da angústia é o que permite a revolução, a busca por uma verdadeira ordem que dialogue com o conjunto da sociedade é indispensável. As discussões políticas da população é o que move o mundo, o que possibilita a reformulação da ordem social, para que assim represente e respeite a humanidade em sua totalidade.

Geisa Maria, 1º Ano - Direito (Noturno)

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