Émile Durkheim, sociólogo e professor francês, escreveu diversos livros ao longo da sua vida, dentre eles "Da Divisão do Trabalho Social" e "As Regras do Método Sociológico", nos quais ele trata diversos temas como o fato social e os tipos de solidariedade social.
Ao formular sua tese sobre os tipos de solidariedade social, ele propõe que eles servem para manter a sociedade unida, ao gerar coesão entre os indivíduos responsáveis por compô-la, desse modo elas são responsáveis por estabilizar a vida dos cidadãos.
Dentro da solidariedade social, existem dois tipos, a mecânica e a orgânica. A primeira está presente em sociedades mais simples, onde há pouca divisão do trabalho, buscando reforçar a unidade social a partir das semelhanças desse povo. Ao contrário, a orgânica utiliza de maior especialização do trabalho, visando unir as diferenças e organizar as dependências umas das outras.
Assim, o sistema capitalista, em teoria, também está conectado às ideias dos tipos de solidariedade, no qual, com toda sua evolução tecnológica e interdependência dos diversos campos de trabalho, ele se encaixaria em uma sociedade orgânica.
Porém, para Herbert Marcuse em seu livro “O Homem Unidimensional”, no capitalismo avançado, as pessoas são reduzidas a consumidoras e manipuladas pela cultura massificada, havendo assim uma destruição da solidariedade social e nascendo uma solidariedade consumista sem preocupação genuína com o bem-estar coletivo.
Portanto, conclui-se que em uma sociedade capitalista o princípio da solidariedade e de coesão social em compromisso com uma busca pelo bem-estar coletivo são perdidas com a formação do homem unidimensional, incapaz de questionar o sistema, completamente alienado e manipulado pelas grandes mídias e pela cultura de massas, demonstrando uma incongruência que impede a coexistência dessas duas ideias.
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