O caso logo chamou atenção da mídia brasileira. Houve, claro, o clássico festival de notas de repúdio. Além disso, o acontecimento levou a mídia e os espectadores mais atentos em direção a uma pergunta: como pode um paraguaio, um latino, com um povo que descente majoritariamente de populações indígenas, ser tão vil e preconceituoso com um brasileiro? O questionamento pairou no ar.
Logo depois, em outro jogo, a torcida do Flamengo, clube brasileiro, chamou Luighi, aos gritos, de "chorão". Tal fato também leva a uma reflexão: os flamenguistas, e todas as outras torcidas que se manifestaram de forma paralela à torcida do Flamengo, também não se veem como uma vítima do ato execrável que aconteceu com o palmeirense? Mais uma vez, a pergunta ficou sem resposta.
Para dar fim ao festival de atos racistas, dias após o jogo do Palmeiras, o descartável presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) Alejandro Dominguez disse, em um evento, que o Brasil fora da Libertadores seria como "Tarzan sem Chita". Sim, Chita é um macaco que acompanha Tarzan, um homem branco, no filme da Disney.
Para dar fim ao festival de atos racistas, dias após o jogo do Palmeiras, o descartável presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) Alejandro Dominguez disse, em um evento, que o Brasil fora da Libertadores seria como "Tarzan sem Chita". Sim, Chita é um macaco que acompanha Tarzan, um homem branco, no filme da Disney.
Toda essa salada de eventos tristes me faz pensar como a ausência de uma compreensão da realidade é maléfica para uma sociedade. Os paraguaios, os flamenguistas, o presidente da Conmebol e todos aqueles que comungam do racismo velado e exposto, além de preconceituosos, contém, em si, uma completa dificuldade de alcançar um grau de imaginação sociológica que os consiga ver além de seu narciso. Não conseguem ver como o mundo influencia suas vidas, como as amplas estruturas moldam os eventos em que estamos inseridos e como isso afeta as vidas particulares, como defendido por Charles W. Mills em sua obra. Falta aos paraguaios ver que eles também são um povo marginalizado pelo Ocidente Branco, como também falta ao torcedor brasileiro entender que racismo não é uma provocação do jogo, mas sim um ataque ao que significa ser brasileiro, que é a característica que une palmeirenses, flamenguistas e corinthianos. E ao presidente da Conmebol, bom, faltam coisas demais para alguém que ocupa um cargo tão relevante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário