A cultura de massas foi um conceito estabelecido por Adorno e Horkheimer, sociólogos alemães que perceberam uma extensiva produção cultural voltada para o entretenimento e lucro, caracterizada, também, pela ausência de autenticidade. Tal conceito, extrapola apenas os limites comerciais e passa a ser molde ideológico nos países, de tal modo que passa a ser importante para que as potências econômicas contemporâneas exportem sua “cultura de massa”, como meio de propagação ideológica.
A imaginação sociológica, por sua vez, desenvolvida inicialmente por Walter Mills, busca demonstrar como a vida particular dos indivíduos se vincula aos mais amplos contextos sociais. Trata-se sobre o olhar com maior nível crítico àquilo que está a sua volta, perceber como aquilo que, muitas vezes, parecem pequenas ações, afetam o coletivo ou vice versa.
Feita essa breve apresentação sobre ambos os conceitos, chega o momento de uni-los. Inegável é o embate geopolítico entre o Ocidente e o Oriente, sendo a parte ocidental fortemente influenciada pela maior potência econômica atual, os Estados Unidos (EUA) e a parte oriental têm visto a ascensão da China no cenário global. É óbvio que ambas as nações entram em embates, sejam econômicos, como também em exportação cultural. Especificamente o Brasil se apresenta dividido, parte da nação vê os EUA como molde a ser seguido, enquanto outra parte toma a crescente chinesa como algo a se espelhar. Ante o cinema (uma das formas de propagação da cultura de massas) a China figura com sua animação “Ne Zha 2” entre os 5 filmes de maior bilheteria da história, sendo o único não produzido pelos EUA, apenas exemplificando tal embate.
Posto o cenário (de embate entre cultura de massas), há de se olhar para o problema, a falta de imaginação sociológica da população, portanto, de olhar crítico para que o que ocorre. Tal ausência permite justamente que uma dominação ideológica ocorra, quase que de forma imperceptível, não apenas isso, como também gera pessoas que apoiem a exportação cultural. Porém, quando isso acontece em um país dividido por duas ideologias diferentes e tidas como opostas, há um conflito de ódio, onde não há argumentos a excessão daqueles pautados em pré-conceitos enraizados. O ponto fundamental é, se a população possuísse uma imaginação sociológica, perceberia essa forma de dominação e o verdadeiro conflito seria para não se render a ela e não sobre qual defender.
Tudo bem, Ulisses. Gostei das correlações, e da união, que fez, especialmente da parte final, quando sugere a existência de algo diferente (o verdadeiro conflito). Parabéns. Com respeito, Alexandre.
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