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domingo, 23 de março de 2025

Ao imaginar sociológico

 Em uma sociedade que busca por informações express, e indivíduos que se veem necessários de assumirem personas “especialista de mundo” e “filósofos da internet”, que tudo sabem e a todos assuntos dominam, criamos pessoas incapazes de pensarem por si próprios, e fazerem decisões assertivas desenvolvidas por uma linha de pensamento sem bruscas influências externas.


No entanto, essa falta de razão própria, performando-se como uma questão coletiva, possivelmente se atribui a algo ou alguém, existindo motivos para que a sociedade se encontre pouco cativada aos seus próprios pensamentos. Então, a quem deve ser atribuída a culpa de uma cultura de pouco ou nenhuma assimilação de suas próprias opiniões e desejos? Aos homens que se sentem confortáveis na mediocridade do pensar, que preferem não sentir o desconforto que é adquirido durante a descoberta, a aqueles que são indiferentes as calamidades do mundo e se tornam apáticos a terceiros, ou até mesmo ao capitalismo, que se fortalece ao estar apoiado na facilidade que é encontrada ao manipular uma mente já adormecida e mansa? 


Tendo esses questionamentos, é possível conectá-los a conclusões alcançadas por C. Wright Mills, quando elabora sobre os aspectos da vida do homem enquanto jurista de seus próprios atos e discorre “Sua visão, sua capacidade, estão limitadas pelo cenário próximo [...] e permanecem espectadores”. É viável então, observar uma análise crítica de um cenário social deslocado do mundo das ideias, que apenas observa a vida passar aos seus olhos sem ver a necessidade de iluminá-la com uma visão própria dos seus arredores. 


E com essa limitação forma-se a sociedade alienada a uma básica absorção de conteúdos vazios que são entregues a espectadores famintos por opiniões prontas, não se permitindo elaborar a linha de pensamento, citada anteriormente, para a obtenção de uma retórica própria a si, dependendo solenemente de ferramentas de escape moldadas para transformarem um indivíduo pensante em um produto de captação.


Finalmente, em contrapartida, basta a nós estudantes nos libertarmos das amarras de uma estética formulada para massas e caminharmos ao encontro da nossa própria imaginação sociológica, trabalhando nosso individualismo, para que finalmente possamos encontrar alívio na auto-análise de nossos pensamentos.


Maria Helena Freitas - Direito, 1ºano Noturno.

2 comentários:

  1. Maria Helena, você é da turma da manhã ou da noite. Aqui em minha planilha você estaria vinculada à turma da noite. Mas postou como aluna da manhã. Fiquei confuso. Poderia me ajudar com isso? Quanto ao texto, gostei de sua abordagem. Parece mesmo que tudo começa a partir de nossa libertação, não é? Com respeito, Alexandre.

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    1. Sou da turma da noite! Acabei me desconcentrando na hora de passar o texto para o blog e coloquei como matutino, já corrigi esse erro!

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