E
a metamorfose deixa de ser somente a uma letra de Raul e adentra o mundo do
trabalho, agora, como metamorfose regressiva. O direito utilizado como
instrumento de emancipação, passa a ser mecanismo de legitimação da violação de
garantias mínimas que foram conquistadas diante de inúmeras lutas da classe
operária. Marx revira-se no túmulo: o trabalhador e a CLT passam a ser
considerados bode expiatório de um crise econômica. Como reduzir os direitos da
mãe de família, que criou três filhos sozinha contribuirá para a minimização
dos problemas sociais do país? O governo parece não se importar. O desemprego
cresce, junto com analfabetismo funcional, com a precariedade das condições
trabalhistas, a exploração da mão de obra e o avanço do automatismo das
relações de trabalho, como já apresentado por Chaplin em “Tempos Modernos”.
Vê-se a perda do foco no
trabalhador em matéria do direito do trabalho em detrimento do capital, a Reforma
Trabalhista e Previdenciária comprovam tal afirmação e são medidas de um
governo ilegítimo e sem popularidade. As metamorfoses trabalhistas permitem que
patrões e empregados possam negociar direitos, o que, claramente, traz
prejuízos inenarráveis ao último. Um padrão de direitos antes consolidado,
agora é violado. O país retrocede em todos os aspectos trabalhistas e um
decreto que modifica as definições acerca do trabalho escravo assustam. Mais
uma vez, o trabalhador é exposto a condições precárias e nasce o questionamento
se ainda existe um sistema de proteção aos Direitos Humanos no Brasil.
Cabe à nossos representantes enxergarem,
que quando se trata de direitos e garantias, não deve haver usurpação mas sim,
promoção. Valho-me de Drummond, por fim, e questiono-me “e agora, José?”
Bruna Maria Modesto Ribeiro, diurno
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