Ao
longo do desenvolvimento histórico da sociologia, muito se estudou a respeito
dos fenômenos coletivos e sociais, considerando-se, constantemente, o individuo
como uma simples parte componente do todo, desconsiderando suas
individualidades e a influência de sua psicologia. Mesmo dentre os autores que
passam a estudar a importância do indivíduo enquanto agente social, pouco se
considerou a respeito da importância de sua construção pessoal, bem como de sua
auto-afirmação identitária e moral.
É nesse
sentido que se orienta a obra de Axel Honneth, baseando-se na ideia de
reconhecimento e em sua influência para a criação e o fortalecimento de
movimentos sociais. O autor diz que o individuo identifica expectativas e padrões
do que é ser um sujeito individualizado e autônomo, podendo balizar se está
inserido nesse padrão, o se é subestimado socialmente. Baseado nessa experiência
moral e nesse sentimento de lesão, o individuo se engaja em uma determinada
luta por reconhecimento, estando unido a todo um grupo, que compreende tais
desapontamentos pessoais como aspectos que afetam todo esse círculo de pessoas.
Apoiando-se
nas ideias de Honneth, pode-se, portanto, compreender a evolução de muitos
movimentos sociais, que partem de experiências em que o indivíduo se encontra
em posições sociais de rebaixamento, sendo socialmente lesado. Cita-se nesse
contexto, o movimento LGBT, que ganha, continuamente, força e conquistas
importantes para o grupo. Tal movimento se mobiliza através de indivíduos que,
isoladamente, sofrem e testemunham constantemente episódios em que pessoas são desrespeitadas
e rebaixadas simplesmente por sua orientação sexual. Essas experiências
individuais são utilizadas como força motriz e elemento de coesão, unindo os
agentes entorno de uma causa comum, resultando em conquistas sociais e
reconhecimento para essas pessoas.
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