A
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou no dia 8 de Março de
2017 o projeto de lei que visa alterar o Código Civil para reconhecer a união
estável entre pessoas do mesmo sexo e possibilitar a conversão dessa união em
casamento.
Ao
analisar o histórico atual da questão da união estável homoafetiva nos
deparamos com um assunto que está desde 2011 em tramitação. Nisso, por meio da
ADPF 132 e a ADI 4277, o STF reconheceu, por unanimidade, a união estável entre
casais do mesmo sexo como entidade familiar. Em 2013, o Conselho Nacional de
Justiça aprovou resolução que obriga os cartórios de todo o país a celebrar o
casamento civil e converter a união estável homoafetiva em casamento em função
de divergências de interpretação sobre o tema. E, no início deste ano, a
aprovação do projeto de lei citado anteriormente.
Nota-se,
que essa dificuldade em “andar com tema” vem de uma dificuldade de
reconhecimento da própria sociedade, que se reflete no legislativo e, apesar da
união estável homoafetiva já ser autorizada por juízes, há casos de recusa
fundamentados na inexistência de previsão legal expressa. Logo, o projeto de
alteração do Código Civil busca eliminar tais dificuldades e conferir segurança
jurídica aos envolvidos.
Questiona-se,
então: O que se entende por “reconhecer” ?
Reconhecer.
Verbo transitivo direto, que para o pensador Axel Honneth fazia referência a
uma relação ética entre dois sujeitos e remetendo-se à filosofia de Hegel
durante sua juventude. Essa ideia tinha como objetivo mostrar como indivíduos e
grupos sociais inserem-se na atual sociedade, por meio de um processo que se
daria pela luta, em seu sentido subjetivo.
Em sua
teoria existem três formas de reconhecimento: o amor, que traz a ideia de
reconhecer o outro como ser independente de si. O direito, como a existência de
direitos de liberdade, políticos e sociais no decorrer da história. Por fim, a
solidariedade, que remete a aceitação recíproca das qualidades individuais
julgadas pelo olhar da comunidade.
Contudo,
a possível existência do desrespeito em relação a tais preceitos, como à integridade
física/psíquica, privação/exclusão de direitos ou ofensas que afetam a honra e
dignidade do indivíduo. Nota-se, assim, que em qualquer um dos casos é possível
identificar um exemplo da luta homoafetiva.
Volto,
então, a repetir. O que se entende por “reconhecimento”?
A luta pela
qual Honneth defendia é totalmente atual e aplicável, entretanto, não é o
bastante sozinha, pois deve ter apoio na legislação como forma de garantia e
proteção.
“a união estável entre
duas pessoas”
Giovanna Menato Pasquini, 1º ano Direito, Matutino.
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