A história de todas as
sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de
classes, sentença
presente nas primeiras páginas de O
Manifesto Comunista, escrito por Marx e Engels, que pode ser evidenciada
quando olhamos para a relação Homem Livre e Escravo, Patrício e Plebeu, Barão e
Servo etc. Antigamente, havia uma completa divisão da sociedade em classes.
Hoje, após as revoluções burguesas, essa luta se resume basicamente à luta
entre duas delas: proletariado e burguesia. O que aprofundou ainda mais a luta
de classes.
A
burguesia desempenhou um papel importantíssimo na história humana, um papel eminentemente revolucionário, responsável
por libertar o potencial da atividade humana dos entraves do feudalismo e
liderar a criação de maravilhas maiores
que as pirâmides do Egito, os aquedutos romanos, as catedrais góticas. Levou
a civilização à todas as partes do
globo sob a bandeira do progresso, mesmo que obrigando à força a criação de um
mundo à sua imagem e semelhança. Entretanto,
hoje os mecanismos utilizados pela classe burguesa na destruição do feudalismo
voltam-se contra ela mesma. Mais ainda, ela deu vida àqueles que utilizarão
esses mecanismos para destruí-la, os proletários.
O
proletariado é constrangido diariamente a vender-se como mercadoria. Com a
divisão do trabalho e o constante emprego de máquinas, o operário tornou-se
apenas um apêndice na lógica produtiva. Antes, o operário era possuidor do seu
produto laboral. Porém, não conseguiu resistir à concorrência com a grande
indústria, e se viu forçado a vender sua força de trabalho para sobreviver. A
pouca relevância da habilidade do trabalhador na produção e a grande oferta de
mão de obra em virtude da destruição da concorrência, a criação de um exército de reserva, diminui cada vez
mais o salário dos proletários, que são amontoados nas fábricas como soldados
da indústria, explorados com a necessidade capitalista crescente de aumentar a
produção, através da mais-valia e outros fatores.
Nessa
luta, algumas vezes os proletários conquistam alguns direitos, mas
provisoriamente. O verdadeiro fruto dessa luta reside na união cada vez mais
abrangente dessa classe. Segundo Marx, a vitória definitiva por parte dos trabalhadores
é inevitável e se dá através de uma inversão nas ordens de poder, na derrubada
de toda ordem social existente, por meio de uma revolução do proletariado.
Interessante notar que a obra permanece muito atual apesar de ter sido escrita
no século XIX. As condições nela destacadas, que são favoráveis à revolução,
são ainda mais marcantes com as tecnologias que se tem hoje. Quando o mundo
testemunhará essa revolução? A obra termina com um chamado: Proletários de todos os países, uni-vos!
Lucas Camilo Lelis
1º ano - Direito Diurno
Introdução à Sociologia - Aula 8
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