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domingo, 19 de julho de 2015

Êxtase e restrição nas classes

Em Marx, um dos conceitos basais é a eterna "luta de classes", que se manifesta ao longo da humanidade. Patrícios e plebeus, senhores e servos, capitalistas e proletários. A humanidade está em constante luta para mudar o poder. Aos que estão no topo, a luta é para defender sua permanência. Aos que estão submetidos, a luta é para modificar. No momento do Manifesto Comunista, escrito em 1848, a luta era entre os industriais e os trabalhadores. Submetidos às duras rotinas de trabalho em uma atividade vazia, que era feita por uma migalha econômica do que era arrecadado por seu patrão. A produção era feita para suprir uma necessidade criada pela própria sociedade industrial, O homem era só trabalho, não havia tempo.
O que leva a ponderar sobre como, ao proletário explorado, poderia gozar de seu parco tempo livre? Então surge novamente a indústria, substituindo a religião e a valorização de outras virtudes para transcrever, no trabalhador, os valores e os conceitos da classe burguesa, por meio de intervenções culturais aparentemente inocentes, mas de grande impacto na vida do homem simples. Por meio dessas intervenções, um produto é vendido. O consumo se torna sacro e de grande valia, associado a felicidade e a razão teleológica da vida. Iludido pelas maravilhas da indústria, que, impulsionada pelo capital, se desenvolve e se torna mais eficiente, bela, rápida e, principalmente, rentável, o trabalhador não nota que sua classe alimenta com suor o constante afunilamento da "pirâmide monetária".
O trabalhador deve se afastar de questões existenciais, das outras partes do processo de produção e, principalmente de ideologias vermelhas, pois tais comportamentos só tomam o tempo de trabalho e são um ataque direto à " cultura burguesa".
Tornar o grande objetivo da vida de sua classe subalterna o consumo de seus próprios produtos torna a classe burguesa e o grande capital que retém e pouco distribui um grande organismo que restringe o prazer criado. A frustração do trabalhador se reflete em um desejo maior, que o motiva a continuar trabalhando para atingir uma meta por vezes, vazia.

Diego Franco Veloso 1o ano Direito Noturno

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