No livro “Manifesto comunista” de Marx e Engels, defendem que a luta de
classes esteve presente em todas sociedades da história, ou seja, a oposição
entre oprimido e opressor. Ao fazerem uma análise histórica, os autores
demonstram que a burguesia foi a primeira classe de oprimidos que conseguiram
ganhar a luta de classes, a Revolução francesa, por exemplo, comprova essa
vitória. No entanto, os burgueses não reverteram o antagonismo de classe,
apenas criaram novos. Vale ressaltar ainda que a burguesia não era uma classe
homogênea economicamente falando e que apenas os que possuíam mais dinheiro
ascenderam ao poder.
Com o fim das cruzadas, os mercadores que faziam comércio com o Oriente
retornaram para a Europa. Eles construíram cidades muradas, conhecidas como
burgos. Os camponeses começaram a migrar dos feudos decadentes para os burgos e
como forma de sobrevivência começaram a trabalhar nas corporações de ofício.
Inicialmente, o termo burguês era usado para designar quem morava nos burgos,
mas posteriormente serviu para nomear a classe social que ganhara poder
econômico, transformou os meios de produção e se dedicava as atividades
comerciais. A burguesia contribuiu com o declínio da nobreza, apoiando as
chamadas revoluções burguesas, que abriram espaço para o avanço do capitalismo
que até então era condenado pela igreja católica. Conforme o comércio
ressurgia, a burguesia ganhava mais poder ,que foi consolidado com a revolução
industrial.
Dois fatores foram cruciais para a revolução industrial: os cercamentos
e o surgimento das máquinas a vapor. O primeiro é importante pois obrigava os
camponeses a migrarem para a cidade e se sujeitarem às condições de trabalho
impostas pelos burgueses. Já o segundo, permitiu que os capitalistas lucrassem
cada vez mais explorando a mão de obra. Devido a revolução industrial, surgiu
uma nova classe social: o proletário.
Após se tornar hegemônica na luta de classes, a burguesia criou uma nova
classe social que se tornou sua opositora, de acordo com o conceito marxista. O
proletário era o ator central do capitalismo mas também iria destruí-lo. “Mas
a burguesia não só forjou as armas que trazem a morte para si própria, como
também criou os homens que irão empunhar estas armas: a classe trabalhadora
moderna, o proletariado” [p. 19]. Além disso, o operariado também possuia em
seu favor os avanços estruturais criados pelos própios capitalistas, como a
estrada de ferro.
Contudo,
será que as previsões de Engels e Marx estavam corretas ? Visto que em poucos
Estados a revolução obteve sucesso. E a ideia de revolta contra o capital não
era um consenso entre os operários nem na época que o manifesto foi escrito,
quem dirá nos dia atuais. Visto que muitos trabalhadores estão mais preocupados
em ascender socialmente e conquistar um padrão de vida burguês do que lutar
pela melhora do grupo. Mas é importante ressaltar que há sim trabalhadores
preocupados com o todo, senão não haveriam conquistas trabalhistas em muitos
locais.
Luís André Vidotti- 1º ano direito noturno
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