— Essa cova
em que estás,
com palmos medida,
é a conta menor
que tiraste em vida.
— É de bom tamanho,
nem largo nem fundo,
é a parte que te cabe
deste latifúndio.
— Não é cova grande,
é cova medida,
é a terra que querias
ver dividida.
com palmos medida,
é a conta menor
que tiraste em vida.
— É de bom tamanho,
nem largo nem fundo,
é a parte que te cabe
deste latifúndio.
— Não é cova grande,
é cova medida,
é a terra que querias
ver dividida.
João
Cabral de Melo Neto, neste trecho de Morte e vida Severina retrata um dos problemas
do sistema capitalista: a posse da terra. Historicamente, aqueles que trabalham
na terra, não veem os lucros que essa gera, estes apenas sofrem a exploração de
sua força de trabalho sem pouco ou nenhum retorno. Esse mesmo abuso do
trabalhador ocorre nas cidades, os grandes proprietários constantemente
aproveitam-se de seus funcionários por meio da mais-valia.
Karl
Marx e Friedrich Engels no Manifesto Comunista, analisam inicialmente o modo de
produção capitalista e meios para que a classe operária superasse esse sistema
explorador e implantasse o socialismo. Apesar de a burguesia ser a classe
opressora para Marx e Engels, estes não deixam de citar seu grande papel revolucionário na medida
em que possibilitou a libertação dos limites políticos e das forças.
Os
autores afirmam ainda que o capitalismo não é apenas um modo de produzir, mas
um modo de vida. Portanto, a tarefa da classe operária, segundo os autores, é
dar o passo seguinte como classe revolucionária, mas não destruir o
capitalismo, isto seria possível apenas com uma libertação das forças
produtivas, a possibilidade de os homens deixarem fluir as suas capacidades, de
se libertarem das amarras políticas, dos costumes e até mesmo da religião.
Analisa-se
também como o capitalismo dissolve tudo com rapidez única, pois ele
constantemente precisa criar uma nova geração de artefatos para atingir o
consumidor,e assim sustentar-se, isto para Schumpeter chama-se destruição
criativa. A modernização da modernização está pressuposta no capitalismo tendo
como resultado obsolescência programada; Marx e Engels na época já previam o
que está acontecendo atualmente. No entanto, para os autores, a modernidade estará
a favor do operariado, só na era atual haveria a união dos operários de
diferentes localidades colocados juntos pela indústria criando, então, uma
sociedade igualitária, sem propriedade privada e sem Estado. Observa-se que o
socialismo só seria vitorioso se criasse uma sociedade nova, resta apenas saber
quando veremos este feito.
Ana Flávia Rocha Ribeiro
1º ano - Direito diurno
Aula 8
Nenhum comentário:
Postar um comentário