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domingo, 19 de julho de 2015

É a parte que te cabe deste latifúndio

— Essa cova em que estás,
com palmos medida,
é a conta menor
que tiraste em vida.
— É de bom tamanho,
nem largo nem fundo,
é a parte que te cabe
deste latifúndio.
— Não é cova grande,
é cova medida,
é a terra que querias
ver dividida.

     João Cabral de Melo Neto, neste trecho de Morte e vida Severina retrata um dos problemas do sistema capitalista: a posse da terra. Historicamente, aqueles que trabalham na terra, não veem os lucros que essa gera, estes apenas sofrem a exploração de sua força de trabalho sem pouco ou nenhum retorno. Esse mesmo abuso do trabalhador ocorre nas cidades, os grandes proprietários constantemente aproveitam-se de seus funcionários por meio da mais-valia.
     Karl Marx e Friedrich Engels no Manifesto Comunista, analisam inicialmente o modo de produção capitalista e meios para que a classe operária superasse esse sistema explorador e implantasse o socialismo. Apesar de a burguesia ser a classe opressora para Marx e Engels, estes não deixam de citar seu grande papel revolucionário na medida em que possibilitou a libertação dos limites políticos e das forças.
     Os autores afirmam ainda que o capitalismo não é apenas um modo de produzir, mas um modo de vida. Portanto, a tarefa da classe operária, segundo os autores, é dar o passo seguinte como classe revolucionária, mas não destruir o capitalismo, isto seria possível apenas com uma libertação das forças produtivas, a possibilidade de os homens deixarem fluir as suas capacidades, de se libertarem das amarras políticas, dos costumes e até mesmo da religião.
     Analisa-se também como o capitalismo dissolve tudo com rapidez única, pois ele constantemente precisa criar uma nova geração de artefatos para atingir o consumidor,e assim sustentar-se, isto para Schumpeter chama-se destruição criativa. A modernização da modernização está pressuposta no capitalismo tendo como resultado obsolescência programada; Marx e Engels na época já previam o que está acontecendo atualmente. No entanto, para os autores, a modernidade estará a favor do operariado, só na era atual haveria a união dos operários de diferentes localidades colocados juntos pela indústria criando, então, uma sociedade igualitária, sem propriedade privada e sem Estado. Observa-se que o socialismo só seria vitorioso se criasse uma sociedade nova, resta apenas saber quando veremos este feito.


Ana Flávia Rocha Ribeiro
1º ano - Direito diurno
Aula 8


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