O socialismo científico surgiu a partir dos estudos de Marx
e Engels que não apenas criticaram o modo de produção capitalista, como fazem
os utópicos, mas sim explicaram toda a sua estrutura, o que permitiu a
elaboração de críticas bem fundamentadas. O método de estudo desses dois
cientistas do século XIX foi o materialismo dialético, o qual herdou a
dialética de Hegel e se opôs ao seu idealismo.
A história da luta de classes traduz a dialética colocada
por Marx, já que o motor da história são os interesses antagônicos das classes
burguesia e proletariado. A primeira detêm os meios de produção e consegue, por
isso, explorar o trabalho da segunda. A condição de alienação desta permite a
manutenção da ordem burguesa, pois o empregado não percebe a realidade injusta
que ele está inserido.
O materialismo explica a consciência do homem por sua
existência e não a sua existência pela sua consciência, como acreditava Hegel.
Diante disso, Marx alega que a estrutura econômica, material e produtivista
formam a consciência dos indivíduos e determinam a postura ideológica adotada
por todas outras instituições da sociedade. Assim, no capitalismo, o estado e o
direito, por exemplo, reproduzem o ideal burguês.
De fato, ainda hoje percebe-se a exploração denunciada,
através da mais-valia, em que o Patrão apropria-se de grande parte do lucro da
produção que não é repassado ao trabalhador, já que seu salário não engloba
toda sua contribuição no processo. Porém, como todos estão submetidos à
ideologia burguesa, a qual é perpetuada pelo poder público, pelas escolas e até
pelas famílias, os explorados não se voltam contra o sistema, apenas aceitam
tal condição.
Portanto, Marx e Engels explicam as bases do capitalismo,
fazem a crítica e propõem um novo modelo (socialismo e depois comunismo), na
tentativa de despertar o proletariado do estado de alienação, mostrando haver
outra possibilidade de vida, sendo necessário apenas que haja um movimento de
protesto pelo proletariado. Marx evoca os trabalhadores de todo o mundo para se
unirem e organizarem uma revolução.
Diogo Heilbuth
Direito Noturno
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