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domingo, 14 de outubro de 2012

A impessoalidade no Direito Moderno


  O Direito assim como as demais ciências humanas necessita em diversos casos ser impessoal. No entendimento de Max Weber o Direito moderno necessita da impessoalidade (Generalização e sistematização), exatamente para eliminar as possibilidades do peso pessoal e politico no julgamento e para não deixar brechas, encontrando respostas nos próprio sistema do direito.

  No entendimento do sociólogo, o grau máximo da impessoalidade seria o contrato. Pois  ele garante a impossibilidade dos elementos irracionais intervirem no fluxo continuo das relações sociais, e para que isso pudesse ser colocado à disposição de todos, ele tem que ser inventado através da construção das bases pelo Direito. Desta forma a ideia do contrato é a garantia de perduração do poder de perduração no tempo do poder de disposição de algo. O contrato determina de maneira atemporal um direito subjetivo.

  Porém o conceito de impessoalidade da lei remete a uma concepção de justiça. Trata-se de um termo polissêmico, ou seja, que admite diversos sentidos. Nota-se com isso que o postulado da impessoalidade foi mitificado, mistificado, o que “absolutiza” noções e princípios discutíveis tendo em vista a dificuldade prática de realização do preceito – que abandona o caráter de conhecimento, constituindo-se como um mecanismo de crença. Ademais, o ato criador da lei é um ato volitivo e não um ato de conhecimento.

  Assim, o povo - compreende o direito como certo evento que lhe é alheio, que cai do alto sobre sua cabeça, como um piano que cai de um prédio, fabricado nos mistérios dos palácios do poder e emanado da autoridade que será mediada, geralmente, pelo funcionário e/ou servidor da polícia.


  Por fim a crítica que se faz é que no Estado de Direito a existência das regras podem tornar impessoal e imparcial o poder, o que é igualmente duvidoso pois a produção legislativa não pode ser considerada neutra visto que não se pode separar o processo de criação do resultado alcançado na elaboração do texto legal e, além disso, o texto de lei representa determinados valores: alia certa concepção de como deve ser distribuído o poder e resolvido os conflitos. Desta forma, o senso de precariedade e da ilegitimidade de um consenso racionalmente motivado torna árduo ao juiz localizar uma conjugação válida e estável de acordos e valores comuns que o oriente nas interpretações da lei. Neste sentido, a jurisdição não auxilia na resolução do problema, mas, amplifica o problema da injustificabilidade do poder.

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