Crises climáticas, guerras, fome e miséria são entraves de grande destaque no contexto atual, atingindo boa parte da sociedade; por conta disso, durante os últimos anos, o conceito de “ordem” vem sendo repensado não só por estudiosos, mas por todos aqueles que ousam reparar no cenário contemporâneo. Na palestra do Afronte, assistida pela turma de Direito matutino da Unesp, o tema foi centro da discussão. Logo, surge a indagação: o mundo está mesmo “organizado”?
Para responder essa pergunta, é necessário analisar os sistemas vigentes atualmente. Estamos inseridos em um universo capitalista neoliberal que tem seus defeitos como maior destaque: a essência do capitalismo engloba o desejo por recursos monetários e incentiva o trabalho exacerbado – como percebido pela alta taxa de empregos com a escala 6x1, por exemplo –, além de ser a causa da desigualdade social observada universalmente; enquanto uns acumulam capital demais, outros não possuem dinheiro nem para fazer uma compra no mercado.
Nessa ânsia por bens materiais, a natureza também sofre prejuízos inimagináveis: o desmatamento, as queimadas e a contaminação das águas ameaçam o equilíbrio harmônico do ecossistema que, caso desfeito, também afetará a civilização humana.
Em suma, o mundo está, sim, em ordem. Entretanto, essa ordem é paralela aos sistemas escolhidos pela humanidade: dentro dos parâmetros estabelecidos pelo capitalismo neoliberal, que impõe suas próprias regras de competitividade, acúmulo de riqueza e exploração ambiental. Embora essa “ordem” seja eficaz para alguns, ela é profundamente desigual e insustentável a longo prazo. Portanto, a verdadeira questão não é se o mundo está ou não em ordem, mas sim se essa ordem é a que realmente promove o bem-estar coletivo necessário para a sobrevivência de todos, ou se estamos apenas perpetuando um modelo que favorece poucos e destrói o planeta.
Tema pedido pelo professor: Um mundo fora de ordem ou uma ordem fora do mundo?
Ana Carolina Tiozzo Mascarenhas, 1º ano de Direito matutino – Unesp.
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