A questão do racismo ainda é
muito presente na sociedade, o que a torna uma pauta de urgência a ser
discutida. A explicação para, mesmo no século XXI, ainda existirem atitudes
discriminatórias raciais, principalmente com o povo negro, é advinda de uma
questão histórica escravista, na qual esses povos eram tratados como meros
objetos. Com base nisso, o racismo acabou tornando-se parte da estrutura social
daquela época, influenciando de forma estrutural nos dias de hoje.
Com isso fica a pergunta: como
pode uma sociedade muito mais desenvolvida do que a da sociedade escravista,
manter comportamentos bárbaros daquela época? A resposta disso está no ideário
positivista de Comte. O positivismo como doutrina tende a estabelecer uma lei
natural imutável aos fenômenos sociais, transformando assim o papel de cada
povo como regra universal. Por causa disso, criou-se então uma estrutura que
definiu os lugares sociais.
Para entender melhor esses
lugares, pode-se tomar como base uma das obras de Grada Kilomba, na qual a
autora conta sobre as dificuldades que passou para fazer o seu doutorado sendo
uma pessoa negra. Nessa obra, ela deixa explícito o movimento de segregação
sofrido ao entrar em uma instituição de ensino tida como “lugar de branco”, tendo
que fazer diversos procedimentos de credibilidade a mais, devido a sua cor. Com
isso, fica perceptível essa distinção dos lugares sociais entre as populações
branca e negra, sendo a primeira destinada aos lugares de maior complexidade e
exímio, enquanto a segunda fica com a miséria e o subdesenvolvimento.
Portanto, a visão positivista,
ao buscar uma verdade absoluta em cima de fenômenos sociais, acaba
desconsiderando diversos fatores intrínsecos a natureza humana, tal eles como a
dimensão psicológica e a alteridade entre determinadas populações, favorecendo assim uma estrutura segregacionista e desigual em diversos setores da
sociedade.
Paulo Henrique Possobom Carrenho, 1°Ano Direito Noturno,
Unesp Franca.
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