Para compreendermos o atual "Positivismo" brasileiro, basta seguir alguns passos simples e claros. O primeiro passo é distorcer o conceito original do Positivismo de Augusto Comte, mantendo apenas a ideia de “ordem e disciplina”. Contudo, durante esse processo, excluímos a noção de benefício coletivo, e mantemos a moral individualista, priorizando a ideia de que o sucesso pessoal é o que importa, sem considerar as necessidades e o bem-estar da sociedade como um todo.
O segundo passo é a criação de uma narrativa de constante vitimização. É necessário convencer a população de que a direita, o “lado certo", está sem voz, sendo oprimidos por forças externas, mesmo quando a realidade mostra o contrário. A retórica do "estado de sítio cultural", frequentemente utilizada por figuras como Olavo de Carvalho, é uma tática eficiente nesse processo, promovendo a percepção de uma ameaça imaginária para justificar ações de controle sobre a liberdade de expressão.
Por fim, o terceiro passo é a construção de uma sociedade marcada pela exclusão, onde os mais vulneráveis são marginalizados. A meritocracia é a fórmula para justificar a desigualdade, como se a classe mais pobre fosse culpada pelo próprio destino, em vez de reconhecer o peso do determinismo social.
Com esses conceitos em mente podemos firmá-los com a desigualdade social como fato principal, apenas nos atentando novamente a ideia de “ordem e progresso", mas sem que a rigidez e o preconceito sejam perdidos. E pronto! Você tem um Positivismo à Brasileira irresistível, perfeito para manter as coisas como estão, sem que ninguém perceba a falta de justiça social.
Bon appétit!
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