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domingo, 31 de março de 2024

O machismo como Fato Social

 O sociólogo Durkheim defende que a sociedade tem suas ações e características sociais definidas por Fatos Sociais, estes que possuem um poder externo de coesão sobre os indivíduos, são universais em sua difusão na sociedade e independem do individual. Por conta desde condicionamento, os indivíduos vivem em uma ilusão de que suas escolhas e ações são individuais e particulares, quando na verdade são condicionadas por uma consciência comum decorrente do convívio social que reprime o menor sinal de resistência e de dessemelhança com o definido. 

  Uma das muitas atuações dos Fatos Sociais na contemporaneidade pode ser observada no machismo estrutural da sociedade brasileira. Tais comportamentos muitas vezes são transmitidos pela educação privada, no cotidiano das famílias, e se tornam hábitos naturalizados na sociedade, de forma que se mantenha a coesão e harmonia social, sem que se questione as instituições base ou cause dessemelhança. 

  É possível destacar situações naturalizadas que denunciam uma estrutura machista, como a desigualdade salarial entre homens e mulheres que desempenham a mesma atividade, a falta da participação das mulheres em altos cargos e a costumeira distribuição de tarefas doméstica, o que muitas vezes ocasiona a sobrecarga feminina. Em alguns infelizes casos o machismo, sem descartar a culpa individual, tem sua expressão de forma tão violenta que ocasiona o feminicídio.  

  Conclui-se que os fatos sociais estão presentes na contemporaneidade de uma sociedade que funciona pela solidariedade mecânica, onde a consciência coletiva justifica os julgamentos não racionais, os preconceitos que se enraizaram no pensamento individual através do condicionamento. O machismo é apenas uma das diversas atuações negativas que o fato social pode trazer para as sociedades, através da naturalização de comportamentos prejudiciais para qualquer grupo, nesse caso as mulheres.


Ana Beatriz Lemes Magalhães 

1° ano - Direito Noturno 

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