Uma questão de equilíbrio, Émile Durkheim (1858-1917) em seu livro denominado “O Suicídio” (1897) aborda o fenômeno que o denomina em vários focos e visões, resultando assim em um espectro sobre os impactos das relações de controle e pertencimento, demonstrando que a exposição a excessos e ausências estão atrelados aos atos. Em um mundo cada vez menos coeso e menos regulamentado a perspectiva do suicídio se aproxima das modalidades egoísta (falta de coesão social) e anômico (ausência ou desintegração das normas sociais). Sendo esses fatores fruto da divisão do trabalho previamente apresentada por Adam Smith em “A Riqueza das Nações” (1776), texto esse que apresenta a especialização e a interdependência como fatores ao desenvolvimento e enriquecimento inglês que posteriormente se espalhariam pelo mundo. Esses fatores do desenvolvimento são expandidos em “Sobre o Trabalho Social” (1893) em que o reconhecimento da diferença e das necessidades (solidariedade orgânica) passa a ser o responsável pela coesão antes oriunda da semelhança (solidariedade mecânica).
Porém, está forma de coesão é muito frágil uma vez que necessita do reconhecimento do indivíduo como parte do todo seja por tratar-se de um ser humano ou por tratar-se de alguém há quem está ligado por relação de dependência mutua. Portanto a inação de reconhecer à perspectiva do outro, logo seu papel remonta a teoria de Piaget e os estágios do desenvolvimento em especial o Pré-Operacional em que as crianças possuem incapacidade de observar sobre a perspectiva do outro como apresentado na “tarefa das 3 montanhas”. Mas, na contemporaneidade o desconhecimento do outro se demonstra cada vez mais externo a faixa etária dos 2 aos 7 anos apontada por Piaget como o ápice desta leitura de mundo, sendo está apresentada pelos diversos atos na pandemia como o do contabilista Mateus Abreu Almeida Prado Couto, que humilhou o entregador em um bairro nobre de São Paulo por este ter atrasado em sua entrega e como o ato de Eduardo Siqueira que desobedeceu ao decreto municipal sobre a utilização obrigatória de máscaras e humilhou um guarda civil municipal de Santos. Uma vez que estes atos não são isolados, a solidariedade orgânica é constantemente prejudicada uma vez que as relações se afastam do reconhecimento de sua interdependência.
Com isso, é inegável que a contemporaneidade está se distanciando da superação do "Egocentrismo" apresentado por Piaget, enquanto cada vez mais se especializa e se torna interdependente com base nos preceitos de Smith e se fragiliza como conjunto pela transformação da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica pela divisão do trabalho social de Durkheim. A partir disso é observável que a solidariedade orgânica como forma de coesão social é hoje incapaz de lidar com o mundo atual.
Referências:
https://www.coursera.org/learn/introduction-psychology/home/welcome
https://www.coursera.org/learn/classical-sociological-theory/supplement/Da9wc/welcome-note
https://www.infoescola.com/sociologia/anomia/
https://www.youtube.com/watch?v=nQGH9mFuRac
Rafael Bashiyo Baz - 1º ano Matutino
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