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domingo, 9 de agosto de 2020

Uma Questão de Equilíbrio

 

Uma questão de equilíbrio, Émile Durkheim (1858-1917) em seu livro denominado “O Suicídio” (1897) aborda o fenômeno que o denomina em vários focos e visões, resultando assim em um espectro sobre os impactos das relações de controle e pertencimento, demonstrando que a exposição a excessos e ausências estão atrelados aos atos. Em um mundo cada vez menos coeso e menos regulamentado a perspectiva do suicídio se aproxima das modalidades egoísta (falta de coesão social) e anômico (ausência ou desintegração das normas sociais). Sendo esses fatores fruto da divisão do trabalho previamente apresentada por Adam Smith em “A Riqueza das Nações” (1776), texto esse que apresenta a especialização e a interdependência como fatores ao desenvolvimento e enriquecimento inglês que posteriormente se espalhariam pelo mundo. Esses fatores do desenvolvimento são expandidos em “Sobre o Trabalho Social” (1893) em que o reconhecimento da diferença e das necessidades (solidariedade orgânica) passa a ser o responsável pela coesão antes oriunda da semelhança (solidariedade mecânica).

Porém, está forma de coesão é muito frágil uma vez que necessita do reconhecimento do indivíduo como parte do todo seja por tratar-se de um ser humano ou por tratar-se de alguém há quem está ligado por relação de dependência mutua. Portanto a inação de reconhecer à perspectiva do outro, logo seu papel remonta a teoria de Piaget e os estágios do desenvolvimento em especial o Pré-Operacional em que as crianças possuem incapacidade de observar sobre a perspectiva do outro como apresentado na “tarefa das 3 montanhas”. Mas, na contemporaneidade o desconhecimento do outro se demonstra cada vez mais externo a faixa etária dos 2 aos 7 anos apontada por Piaget como o ápice desta leitura de mundo, sendo está apresentada pelos diversos atos na pandemia como o do contabilista Mateus Abreu Almeida Prado Couto, que humilhou o entregador em um bairro nobre de São Paulo por este ter atrasado em sua entrega e como o ato de Eduardo Siqueira que desobedeceu ao decreto municipal sobre a utilização obrigatória de máscaras e humilhou um guarda civil municipal de Santos.  Uma vez que estes atos não são isolados, a solidariedade orgânica é constantemente prejudicada uma vez que as relações se afastam do reconhecimento de sua interdependência.

Com isso, é inegável que a contemporaneidade está se distanciando da superação do "Egocentrismo" apresentado por Piaget, enquanto cada vez mais se especializa e se torna interdependente com base nos preceitos de Smith e se fragiliza como conjunto pela transformação da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica pela divisão do trabalho social de Durkheim. A partir disso é observável que a solidariedade orgânica como forma de coesão social é hoje incapaz de lidar com o mundo atual.

Referências:

https://www.coursera.org/learn/introduction-psychology/home/welcome

https://www.coursera.org/learn/classical-sociological-theory/supplement/Da9wc/welcome-note

https://www.infoescola.com/sociologia/anomia/

https://www.coladaweb.com/sociologia/tipos-de-solidariedade#:~:text=A%20ampla%20divis%C3%A3o%20do%20trabalho,das%20sociedades%20modernas%20e%20industriais.

https://www.youtube.com/watch?v=nQGH9mFuRac

https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2020/08/08/racismo-pais-tem-cara-de-matheus-matheus-e-matheus-mas-de-mateus-tambem.htm

https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/07/27/desembargador-que-humilhou-guarda-e-depois-pediu-desculpas-diz-ao-cnj-ser-vitima-de-armacao.ghtml


Rafael Bashiyo Baz - 1º ano Matutino

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