Há
muitas eras, o conceito de civilização era compreendido de uma maneira muito
distinta a dos dias hodiernos. Durante a Pré-História, os povos viviam única e
exclusivamente para garantir sua subsistência, sendo imprescindível a
manutenção do preceito da coletividade. Conforme o passar do tempo, essa união
entre indivíduos fora se transfigurando em uma necessidade incessante dos
mesmos se rivalizarem, a fim de obterem uma vida mais estável, e também uma
posição de maior prestígio social.
Parafraseando
com o sociólogo francês Émile Durkheim (1858 – 1917), a sociedade deve possuir
um comportamento biológico, sendo necessária a interação das partes para
efetivar o pleno funcionamento da matéria. Analogamente com essa reflexão,
infere-se que a conduta da atual civilização, em âmbito global, adquiriu uma
posição antagônica ante à perspectiva durkheimiana, em decorrência,
principalmente, da cristalização dos ideais capitalistas.
Outrossim, é
cabível destacar a evidente padronização social a qual foi imposta aos mais
diversos núcleos sociais. Ainda relacionado com as teorias do célebre
sociólogo, as atitudes dos cidadãos são condicionadas por fatores gerais,
coercitivos e exteriores, corporificando assim o denominado fato social. Desse
modo, fica explícito que a não convergência com os arquétipos tolerados pela
janela de Overton ou janela do discurso, pode o submeter a condição de The Odd One Out – gíria estadunidense utilizada para indicar
algo que está fora do senso comum – fazendo assim com que a pluralidade de
ideias se torne cada vez mais escassa em debates públicos.
Destarte, percebe-se
que a própria ordem taxonômica que designa a espécie humana, “Homo Sapiens”, termo que deriva do
latim "homem sábio", não retrata com precisão a posição
espiritual e intelectual do Homem moderno. Na obra de Lucius Apuleius, “O Asno
de Ouro”, a expressão "asinina cogitatio" (“raciocínio de burro”, em
latim), tem suas raízes interligadas com os hábitos do próprio animal quadrúpede,
sendo este um ser teimoso, ignorante e estúpido, e que reproduz com exatidão as
ações de muitos “Homens Sábios” presentes na Contemporaneidade. Quiçá em alguma
época posterior a qual se vive, os seres humanos modernos possam fazer jus ao
nome que a ciência os atribuiu
Mateus de Oliveira Medeiro - Curso: Direito - Turno: Noturno
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