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segunda-feira, 9 de março de 2015

As teses de Bourdieu no cenário público e político brasileiro

Em “O Poder Simbólico”, o sociólogo francês Pierre Bourdieu defende a ideia de que a organização social se divide em diversos campos, que são interligados e têm uma relação de interdependência. Em cada um deles, há uma constante luta pelo poder, onde os grupos dominantes fazem valer seus preceitos ao colocá-los como se fossem os verdadeiros anseios da sociedade. O Direito, por sua vez, se faria um instrumento a serviço da classe dominante, contrariando a concepção de Kelseniana de um Direito autônomo e livre da influência de pressões externas da sociedade.

A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 54 mostra um exemplo da luta contra a tal instrumentalização do Direito. A proposta da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), ao defender a interrupção da gravidez de feto anencéfalo, foi combatida por conflitar com os preceitos da numerosa bancada religiosa no legislativo e seu conceito nada laico sobre “vida”. Vemos, portanto, as teses de Bourdieu serem facilmente identificadas nas discussões atuais do cenário público e político brasileiro.



Vinicius Bottaro
1° Ano DIreito (Noturno)

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