Prisões Invisíveis
Muitas vezes o ser
humano se encontra encarcerado, preso. É o pior sentimento que podemos sentir.
Sentir que criamos raízes (contra a nossa vontade) e que o mundo passa a nossa
frente e nos mantemos inertes a ele. Às vezes as barras da nossa cela são físicas,
materializadas, outras vezes são discretas, imateriais, veladas. Eu,
particularmente prefiro as primeiras, afinal elas são nítidas, todos conseguem
ver, diferente das segundas, que são, muitas vezes, invisíveis e só nítidas a
olhos realmente atentos.
O transexual é aquele
que se apresenta fisicamente dentro das características de um sexo, no entanto,
psiquicamente, a pessoa se sente como sendo do sexo oposto. Ora, me parece, então,
natural uma pessoa transexual querer alterar seu sexo ou seu nome. Só que claro,
demandas deste teor não são atendidas tão facilmente, não na sociedade brasileira.
E é neste momento que percebemos as
barras das celas, ou ainda, as correntes que nos prendem.
Na contramão desse
pensamento pessimista, encontramos uma luz no fim do túnel: o juiz Fernando
Antônio de Lima dá ganho de causa a uma jovem que pleiteia a cirurgia de
mudança de sexo custeada pelo Estado. Esse magistrado promoveu uma atitude que
nos mostra que essas gaiolas que nos aprisionam são sim destrutíveis, afinal, o
mesmo conseguiu encontrar uma chave em meio a essa sociedade que insiste em
adicionar cadeados a já trancafiada prisão. Devemos quebrar os grilhões que nos
mesmos construímos.
Felipe Antônio Ferreira Domingues da Silva - Direito Noturno
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