De acordo com Weber, a função da
sociologia é compreender o sentido da ação social, a qual não se dá a partir de
um princípio pré determinado, mas de uma rede complexa que envolvem fatores
individuais, tais quais a cultura, valores, razão, emoção, etc. Ou seja, deve
compreender a realidade (e não propor uma ação) a partir do estudo da ação
individual, e não do grupo (como fazia Durkheim e Comte) e nem da classe (como
Marx e Engels). Defende que o juízo de valor é o ponto de partida da ação,
escolhido a partir da própria consciência e cosmovisão pessoal. Assim, cria a
denominada “sociologia compreensiva”.
Critica por isso o materialismo
dialético, uma vez que compreende que esse parte de estereótipos e formulações
genéricas para explicar a sociedade, como a ideia de que são as forças econômicas
que determinam todas as ações sociais. Para ele, se a ciência faz uso dessas
generalizações dilui as características mais singulares da ação, do indivíduo e
do objeto. Ao analisar a sociedade, Weber também faz uso da objetividade, pois
acredita que o investigador deve despir-se de seus valores pessoais ao fazer a
análise e assim chegar a uma conclusão o mais imparcial possível. Para tal,
aquele deve fazer uso dos valores do outro e assim confrontar o tipo ideal com
os fatos.
Tendo tal conceito em mente, pode-se
dizer que a sociologia compreensiva pode servir ao direito ao passo que auxilia
na análise de um caso jurídico. No julgamento, o juiz não deve simples e puramente
analisar a ação praticada, mas levar em conta os valores individuais e as
influências que o indivíduo recebeu e que o levaram a praticá-la. Ademais, para
fazer tal julgamento deve despir-se de suas convicções e crenças pessoais para
ser imparcial. Um juiz machista não deve julgar um caso de abuso e violência
sexual contra uma mulher, por exemplo, guiado por seus próprios pensamentos,
mas interiorizar os pensamentos daquela para conseguir entender a situação pela
qual passou. Ou seja, a teoria weberiana deveria ser incorporada por todos os
praticantes do direito para que não se tornem meros operadores que não enxergam
além de categorias, mas que consigam compreender a complexidade do ator social.
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