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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Um chamado para a revolução

No "Manifesto do Partido Comunista" de karl Marx e Friederich Engels, destaca-se logo na primeira frase aquilo que para eles constituía a história de todas as sociedades existentes até ali: A luta de classes.
Nessa obra, há a intenção de manifestar todas as contradições existentes no sistema capitalista desenvolvidos partir das revoluções burguesas. Mesmo com um caráter fortemente crítico, é enaltecido pelos autores alguns pontos importantes desse capitalismo, entre eles e primordialmente, a sua capacidade de produzir da forma mais eficiente já vista, gerando em pouco tempo mais riquezas do que todos os outros sistemas de produção juntos foram capazes.
Porém, dessa mesma característica, resultou a grande contradição do capitalismo, em que, pela primeira vez, as crises eram de superprodução e não de carências de produtos, ao passo que a classe trabalhadora recebia o mínimo para sobreviver, atuando de forma indigna, sem qualquer tipo de direito à participação na abundância gerada pelo capitalismo, ao contrário, essa era obrigada a viver sob condições cada vez mais insustentáveis.
A partir dessa situação de completo abandono vivida pelo operariado, seria possível executar a solução final objetivada pelo marxismo: A revolução do proletariado.
Na obra, Marx e Engels expõem o programa polítco comunista após a tomada do poder. É perceptível a princípio, um caráter ditatorial nesse regime, já que alguns objetivos, como o fim da propriedade privada, exigem atitudes autoritárias, porém, segundo os autores, com o avançar do regime comunista e a decorrente supressão das classes, o próprio Estado se fará desnecessário.
Para que a revolução final seja efetivada, o proletariado necessita de uma situação favorável. O momento exato da revolução é aquele de pleno desenvolvimento do capitalismo, no qual a opressão sobre o proletariado é máxima. Para Engels e Marx, a burguesia utilizou diversas "armas" para superar o antigo sistema feudal, porém, essas mesmas armas servirão ao proletariado para sua organização e finalmente a efetivação da grande revolução.
O texto é atual em diversos pontos como quando cita as contradições capitalistas, porém algumas outras questões expostas são discutíveis. Um exemplo está na observação feita em relação ao Direito. Para Marx e Engels, o direito é mais uma ferramenta da burguesia que possui a função única de manter a elite capitalista à frente do poder. No entanto, hoje em dia é notável a atuação do Direito na intenção de integrar de forma gradual a sociedade através de políticas de inclusão, além de esforços para atenuar as consequências de erros cometidos no passado.
Como observação final, é importante a percepção de que a intenção de Marx e Engels no "Manifesto do Partido Comunista" não era simplesmente expor um conceito sociológico e filosófico, muito mais do que isso, objetivavam convocar toda a classe trabalhadora para a construção de uma nova fase na história da humanidade. Tudo isso fica explanado na simbólica frase final: "proletariado de todos os países, uni-vos."

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