Max Webber, em "A Metodologia Das Ciências Sociais", expõe a base de seu pensamento e tece uma crítica à forma Marxista de análise social.
Sua idéia não era necessariamente refutar o materialismo como alguns podem pensar, mas formar uma ciência real. A sociologia não poderia se restringir ao aspecto econômico e à luta de classes. Para Webber, sua função essencial era a compreensão do sentido da ação social. Esta era determinada por um sentido e movida por valores e não deveria de forma alguma ser determinada por antemão. Ou seja, a função da sociologia seria compreender os fatos e sem partir somente do econômico.
Com isso, o pensamento de Max tinha um caráter de defensor do individualismo e crítico da idéia determinista da ciência, além do próprio método Marxista.
Com certeza a questão econômica é sim de grande importância, provavelmente um dos fatores mais importantes, mas de forma alguma é possível se esquecer dos demais fatores como ideais, sentimentos e costumes. Ao mesmo tempo, criar estereótipos e atribuir ações sociais a certos tipos de pessoas se torna um grande erro, já que um fator de grande importância e talvez o mais interessante das questões sociais é justamente o fator da excessão.
As excessões individuais é que inviabilizaram a revolução operária planejada por Marx. Os operários não seguiam mais o estereótipo pensado por ele. Na verdade, hoje os operários marxistas é que parecem ser excessões. Isso mostra o quanto a questão do individual deve ser valorizada e levada em conta.
Ainda tendo em pauta as idéias de Webber, é possível observar também suas afirmações sobre a necessidade de não haver juízos de valor nas observações sociais. A metodologia científica deve ter caráter universal. É extremamente necessário que o observador dos fatos, independente de sua própria cultura e seus próprios valores, demonstre o que realmente acontece sem suas considerações pessoais. Esse tipo de observação é o que garante, por exemplo, que um observador embutido de valores liberais ocidentais consiga observar uma prática diferente da que está acostumado em um país onde há o direito baseado nas práticas religiosas e consiga transmitir o observado sem juízo de valor a algum habitante de país socialista. É essa forma de praticar a ciência que garante que realmente haja desenvolvimento, acumulação e transmissão de conhecimentos e fatos.
Portanto, para haver uma ciência social real, não só a análise de fatos sociais através de fatores econômicos deve ser feita e a utilização de juízos de valor na observação de fatos deve ser refutada. O econômico deve ser extremamente valorizado e observado, assim como o individual e os demais fatores que possam influir e tudo deve ser observado como é, deixando as considerações pessoais para serem feitas por cada indivíduo.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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segunda-feira, 27 de junho de 2011
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