Um Clero forte, influente, poderoso e mergulhado em grandes riquezas; uma população crente a não enriquecer, a doar, a ser generosa, a viver bem e dormir tranquila - e pobre. Antítese? Ainda pior, sabendo-se que era a própria Igreja Católica que impunha tais lógicas de vida ao seu povo.
Uma parcela da sociedade em ascensão, vibrando, enriquecendo, buscando mais riqueza; uma ideologia crescente, bela, adequada, pregando a riqueza, sem deixar a fé e o tão sonhado Paraíso de lado. A burguesia e a Reforma Protestante caminham lado a lado em busca do seu espaço, e este deveria ser o maior deles.
Weber nos mostra que nem só o fator econômico move a classe social do indivíduo, e, com isso, o seu juízo de valor. Há diversos fatores que envolvem toda essa trama, e a religião e cultura são partes integrantes disso.
No entanto, pensar "a qual fé você vai se adequar", qual doutrina você vai seguir, diante dos costumes que lhe convir seguir, soa um tanto quanto incorreto. A variável religiosa, a adaptação racional para a fé é uma lástima, é a prova de que não haveria uma doutrina correta aos olhos de Cristo, enquanto seu representante na Terra.
Capitalismo e fé podem, claro, seguir o mesmo rumo e se misturar e formar algo bom e evoluir e difundir e alcançar o patamar que desejam. Escolher entre dormir bem ou comer bem? Por que não ambos? Uma reforma era, sim, necessária, para trazer novos ideais e visões às pessoas. No entanto, os princípios iniciais bons não poderiam ser entregues e deixados de lado, simplesmente esquecidos. Deve haver uma síntese, um modo de, ao mesmo tempo, acumular riquezas para viver bem e utilizar as riquezas para o bem. Vivamos, então, mergulhados no capitalismo, mas não nos afoguemos, nem deixemos de ser felizes, honestos e nós mesmos.
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