Podemos observar ao longo do tempo que a Igreja Católica pregava, por exemplo, a doutrina do preço justo na qual o comerciante deveria apenas cobrar o preço sem visar o lucro. Com isso a pregação de que as pessoas deveriam ter uma vida simples e sem exageros se concretizava. Ou seja o lucro excessivo era visto como algo imoral e pecaminoso, todavia, ao mesmo tempo em que a igreja pregava o não acúmulo de riquezas e a simplicidade da vida, ela mesma praticava atos em que acumulava dinheiro e riquezas usando, por exemplo,de indulgências e simonias contrariando aquilo que orientava.
Vendo isso o clérigo católico Martinho Lutero se revolta contra a igreja católica o que acaba culminando na Reforma Protestante. Reforma essa que resulta de uma associação entre a indignação de Lutero para com a Igreja Católica e o fortalecimento de uma nova classe: a burguesia, emergente nos contextos de Renascimento e Expansão marítimo-comercial
Podemos dizer que o protestantismo uniu o útil ao agradável porque essa nova religião abolia a ideia da imoralidade do lucro e do acúmulo de riquezas, ao contrário, estabelecia que lucros e riqueza eram virtudes e que aquele que acumulasse mais era mais abençoado por Deus, que por sua vez valorizava o trabalho e o ganho. Pode ser concluído que o a religião protestante atendia cada vez mais o interesse da burguesia crescente e que explicava o capitalismo de forma sagrada ou seja de forma em que os burgueses não se sintam "culpados" perante Deus por acumular riquezas.
É daí que surge o que se chama de racionalização da fé, uma racionalidade que se vincula ao capitalismo e é explicada através dos preceitos religiosos protestantes. Conclui-se então que o razão e a fé começam a andar no mesmo sentido e a fé passa a se preocupar mais com o mundo concreto e não está mais voltada para o mundo misterioso do sobrenatural.
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