O positivismo tem como princípio a observação da vida social através da metodologia científica, onde a Sociologia deve se igualar as demais físicas naturais e possuir leis invariáveis, para que seja feito o “estudo positivo do homem” e garantido o progresso e a ordem em uma sociedade. Tem um caráter conservador ao visar manter a ordem vigente como está e combater o que considera como ameaças às leis universais.
Para tal conservação, o positivismo é aplicado na educação, tanto familiar quanto escolar. Na educação acadêmica há uma padronização na forma de ensinar e de avaliar, os conteúdos a serem apresentados e discutidos são definidos pelo Estado para todos os institutos, de forma que se impeça a inovação do pensamento por parte dos estudantes. Dessa forma, impede-se que os alunos tenham contato com informações que poderiam ser “ameaças” a dominação da ordem vigente, ao menos em instituições governadas pelo Estado. Por outro lado essa padronização do ensino não considera a individualidade de cada aluno e a realidade de cada região do Brasil, é apenas um comando objetivo e universal que deve ser seguido por todos.
No âmbito familiar a educação é o que vai criar o ser social e, por isso, deve conservar as leis invariáveis de uma sociedade e seus elementos essenciais. Preza-se por uma família tradicional, com respeito a hierarquia e que mantenha o patriarcado, o que muitas vezes serve como justificativa para abusos físicos e emocionais nos filhos, onde observa-se os inúmeros casos de violência que são absolvidos e justificados pela justiça.
A justiça também está inserida nessa visão objetiva através do positivismo jurídico que aplica o direito puro, sem interpretações subjetivas ou considerando outras fontes além da lei. Esse pensamento pode causar injustiças ou uma "cegueira" seletiva para alguns problemas sociais, como a falta de acessibilidade ou equidade pela leitura objetiva da lei que define todos como iguais e ignora as particularidades de todos os cidadãos e a forma como sua origem histórica impacta seu cotidiano. São nessas situações que condutas capacitistas encontram sua justificativa para não incluir os portadores de alguma deficiência, já que "todos são iguais e por isso não há necessidade de definir acessibilidades para alguns".
No geral o positivismo pode ser uma boa vertente para separar o sujeito do objeto de estudo quando eles são iguais, como o caso da Sociologia, mas ele vai ignorar as particulares e as evoluções que ocorrem na sociedade, ao analisar todas as atitudes por uma visão de ordem objetiva e conservadora, não abrangendo as mudanças naturais que ocorrem no coletivo.
Ana Beatriz Lemes Magalhães
1° ano - Direito Noturno
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