Atualmente, um aspecto crítico da sociedade que Durkheim poderia analisar é a influência das redes sociais na solidariedade social. O sociólogo argumentava que a solidariedade é vital para a coesão social, mas as redes sociais têm um papel ambíguo nesse processo. Por um lado, elas conectam pessoas com interesses semelhantes, promovendo a solidariedade mecânica. Por outro, podem criar bolhas de eco e polarização, ameaçando a solidariedade orgânica que depende da interdependência e da diversidade de papéis.
A pandemia de COVID-19 é um exemplo contemporâneo que ilustra as teorias de Durkheim. A crise sanitária exigiu uma forte consciência coletiva para adotar medidas de saúde pública. No entanto, observamos divisões e conflitos em torno das vacinas e das restrições, refletindo uma luta entre a solidariedade orgânica e a individualidade.
Durkheim também se preocupava com o estado de anomia, um sentimento de desorientação que ocorre quando as normas sociais são desestabilizadas. A rápida evolução tecnológica e as mudanças no mercado de trabalho podem ser vistas como fatores anômicos na sociedade moderna, onde muitos se sentem perdidos frente às expectativas sociais em constante mudança.
Em resumo, Durkheim nos ensina a olhar para a sociedade como um todo interligado, onde cada mudança em uma parte pode afetar o todo. As redes sociais, a pandemia e as transformações econômicas são apenas alguns dos desafios que testam a resiliência da nossa solidariedade e ordem social, temas que certamente capturariam a atenção crítica de Durkheim se ele estivesse vivo hoje.
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