Augusto
Comte é tradicionalmente considerado o pai da Sociologia. Ele foi o criador do Positivismo,
que constituiu a base para o surgimento do Cientificismo. O Cientificismo acredita
que o único meio de se chegar ao conhecimento é a Ciência. Auguste Comte trata
de um conjunto de teorias abrangentes: da Teoria do Conhecimento à
Sociologia.
O
Positivismo se fundamenta na ideia de que o único tipo de conhecimento
autêntico é o científico e que tal conhecimento pode advir apenas da
afirmação positiva de teorias por meio do método científico.
Alguns
dos principais conceitos do Positivismo de Comte são que a lógica da
investigação deve ser a mesma para todas as Ciências, inclusive as Sociais. O
objetivo da investigação é explicar e prever e, assim, descobrir as condições
necessárias e suficientes para qualquer fenômeno. Para os positivistas, a
pesquisa deveria ocorrer de forma que possa ser observada empiricamente e a
lógica indutiva deveria ser utilizada para formular afirmações que podem ser
testadas.
Até os dias atuais, o
sistema brasileiro de ensino superior ainda carrega marcas do positivismo de
Comte, e ainda mais forte é a influência da filosofia política positivista
entre as altas patentes militares e entre os tecnocratas. O positivismo diz que
a linguagem científica é a marca registrada da modernidade, e que para efetuar
o progresso é preciso haver uma classe especial — militar ou tecnocrática — de
pessoas que conheçam as leis da sociedade, e que sejam capazes de estabelecer a
ordem e promover esse progresso.
A ideologia predominante de
grande parte da elite regente contrasta agudamente com as tradições seguidas
pelas pessoas comuns. Como na maioria da América Latina, a cultura popular
brasileira é marcada profundamente pela tradição católico-escolástica, com seu
ceticismo em relação à modernidade e ao progresso e com sua orientação mais
espiritual e religiosa, que rejeita o conceito linear do tempo — o tempo sendo
um movimento progressivo — em favor de uma visão circular e eterna da vida.
A ideia do planejamento
central para se atingir a modernidade transformou o Brasil em um ambiente
fértil para o intervencionismo econômico, sendo que cada novo governo sempre
promete o grande salto para frente. Ao invés de remover os obstáculos que
impedem o desenvolvimento da iniciativa privada e garantir direitos de
propriedade confiáveis, todos os governos presumem ser sua função desenvolver o
país através da concessão de privilégios para um pequeno grupo de empresas já
existentes.
O Brasil, que é tão
abençoado pela natureza e que tem uma população de grande espírito empreendedor
— o que faz com que o país tenha uma das mais altas taxas de auto-emprego no
mundo —, tem permanecido atrasado por causa de uma ideologia corrompida. Até os
dias atuais, todos os governos brasileiros se empenharam ao máximo em absorver
todos os recursos do país com o intuito de perseguir suas fantasias de
modernidade e progresso (é claro que, nesse caso, "modernidade" e
"progresso" são conceitos definidos pelo governo, e não pela
população). Devido a isso, toda a criatividade espontânea que é inerente ao
livre mercado acaba sendo bloqueada.
Matheus Vinícius dos Santos Serafin - Direito - Matutino
Nenhum comentário:
Postar um comentário