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domingo, 26 de julho de 2020

O positivismo e sua influência no Brasil

Augusto Comte é tradicionalmente considerado o pai da Sociologia. Ele foi o criador do Positivismo, que constituiu a base para o surgimento do Cientificismo. O Cientificismo acredita que o único meio de se chegar ao conhecimento é a Ciência. Auguste Comte trata de um conjunto de teorias abrangentes: da Teoria do Conhecimento à Sociologia. 
O Positivismo se fundamenta na ideia de que o único tipo de conhecimento autêntico é o científico e que tal conhecimento pode advir apenas da afirmação positiva de teorias por meio do método científico.
Alguns dos principais conceitos do Positivismo de Comte são que a lógica da investigação deve ser a mesma para todas as Ciências, inclusive as Sociais. O objetivo da investigação é explicar e prever e, assim, descobrir as condições necessárias e suficientes para qualquer fenômeno. Para os positivistas, a pesquisa deveria ocorrer de forma que possa ser observada empiricamente e a lógica indutiva deveria ser utilizada para formular afirmações que podem ser testadas.
Até os dias atuais, o sistema brasileiro de ensino superior ainda carrega marcas do positivismo de Comte, e ainda mais forte é a influência da filosofia política positivista entre as altas patentes militares e entre os tecnocratas. O positivismo diz que a linguagem científica é a marca registrada da modernidade, e que para efetuar o progresso é preciso haver uma classe especial — militar ou tecnocrática — de pessoas que conheçam as leis da sociedade, e que sejam capazes de estabelecer a ordem e promover esse progresso.
A ideologia predominante de grande parte da elite regente contrasta agudamente com as tradições seguidas pelas pessoas comuns. Como na maioria da América Latina, a cultura popular brasileira é marcada profundamente pela tradição católico-escolástica, com seu ceticismo em relação à modernidade e ao progresso e com sua orientação mais espiritual e religiosa, que rejeita o conceito linear do tempo — o tempo sendo um movimento progressivo — em favor de uma visão circular e eterna da vida.
A ideia do planejamento central para se atingir a modernidade transformou o Brasil em um ambiente fértil para o intervencionismo econômico, sendo que cada novo governo sempre promete o grande salto para frente. Ao invés de remover os obstáculos que impedem o desenvolvimento da iniciativa privada e garantir direitos de propriedade confiáveis, todos os governos presumem ser sua função desenvolver o país através da concessão de privilégios para um pequeno grupo de empresas já existentes.
O Brasil, que é tão abençoado pela natureza e que tem uma população de grande espírito empreendedor — o que faz com que o país tenha uma das mais altas taxas de auto-emprego no mundo —, tem permanecido atrasado por causa de uma ideologia corrompida. Até os dias atuais, todos os governos brasileiros se empenharam ao máximo em absorver todos os recursos do país com o intuito de perseguir suas fantasias de modernidade e progresso (é claro que, nesse caso, "modernidade" e "progresso" são conceitos definidos pelo governo, e não pela população). Devido a isso, toda a criatividade espontânea que é inerente ao livre mercado acaba sendo bloqueada.
Matheus Vinícius dos Santos Serafin - Direito - Matutino




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