Madame Satã
O filme madame satã traz uma importante discussão acerca da
homofobia no Brasil e a condição do negro na sociedade. João Francisco dos
Santos era homem, negro, analfabeto, homossexual e defensor dos oprimidos. Se
hoje o seu estereótipo é motivo de retaliação, quem dirá em 1900. Ser “outside
the box” sempre traz consequências e sofrimentos, principalmente para quem
vive, porém é de pessoas fora do seu tempo que a sociedade se constrói.
E foi essa a discussão que tivemos na semana de sexualidade e
gênero. Sobre um homem fora do seu tempo, que criou 6 filhos, casou-se com uma
mulher, navalhou policiais, foi preso, trabalhou em bordeis e criou fantasias
que ganharam prêmios. Não é, de forma alguma, romantizar o sofrimento desse
homem, mas trazer uma esperança sobre pessoas que não tem medo de falar o que
elas são. E nesse diapasão, a criminalização da homofobia traz consigo uma
carga de histórias como a de João.
Apesar das críticas sobre a homofobia ser inclusa no crime de
racismo, a importância desse assunto estar sendo discutido e gerar comoção
social demonstra de certa forma uma maior representação da comunidade LGBTQI+,
legitimando discursos emergentes na sociedade. O filme é um reflexo do
pensamento da época, onde “viado apanha e policial bate”, e parece que quase
100 anos depois do nascimento de Madame Satã, o estado continua como opressor.
Por fim, a história parece mais atual do que nunca. A
discriminação do estereótipo e a permanência da violência contra as minorias
são chega ao fim. A pergunta deveria ser “até quando” ou “por que ainda?”
Maria Júlia Fontes Fávero - 1° ano Diurno
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