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domingo, 6 de outubro de 2019

Madame Satã, a luta LGBTQI+ e outras dissonâncias

Sob os auspícios do Centro Acadêmico de Direito "André Franco Montoro", foi realizada a semana da sexualidade, a qual trouxe um debate baseado na obra cinematográfica "Madame Satã". Por si só, a obra já retrata muito de uma realidade pouco visada nos meios midiáticos: a de pessoas marginalizadas, pobres, pretas e homossexuais.
Dito isso, há muito o que ser dito sobre o Rio de Janeiro, mais especificamente a Lapa, na década de 30. Como por muitos classificado, "o berço da boemia" é retratado como palco de malandros e prostitutas, além de cenário de um difícil lugar para se viver quando se é um homem tão marginalizado e pertencente a tantas minorias como o protagonista, João Francisco, o "Madame Satã".
Contextualizada a obra, nota-se que o quão interessante pode ser uma comparação entre a "luta" realizada no filme com a luta dos movimentos LGBTQI+ da atualidade, algo que pode ser muito bem explorado. 
João Francisco, pelo simples fato de ser efeminado, já luta diariamente pela causa dos direitos das minorias. Sua incompatibilidade com os padrões impostos pela sociedade já o torna destoante no meio e, portanto, sua mera existência gera desconforto naqueles cujo preconceito é algo ainda presente. Essa forma de luta, ainda presente nos meios atuais, pode ser julgada como um dos meios mais efetivos: as travestis, os transexuais e os homossexuais efeminados estão na linha de frente do confronto contra o preconceito, já que lidam diretamente com o foco dele: a ignorância dos seres humanos em sua individualidade.
Porém, em complemento à essa luta, há também aquela dos que, mesmo estando na condição inferiorizada de homossexuais, ainda possuem formas de defesa diversas das do grupo marginalizado: a mobilização judicial. Como exemplo dessas pessoas, há o advogado Paulo Iotti, mestre em doutor em Direito Constitucional, que fez uma ótima sustentação oral no Supremo Tribunal Federal em defesa da criminalização da LGBTQI+fobia através de sua analogia com a Lei do Racismo.
Assim, percebe-se a variedade, complementariedade e diversidade das formas de luta contra o preconceito, o que é extremamente importante e necessário quando se percebe a dificuldade e resistência do preconceito ainda tão presente.

Leonardo de Paula Barbieri
1º Ano - Matutino

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