ORGANIZAÇÃO E CICLICIDADE
A humanidade nunca se contentou com
explicações que tivessem o acaso como resposta: a existência da vida, seu
propósito. É quase impossível para o ser humano, individualmente ou
coletivamente, conceber o caos como algo
natural
Logo a anomia, embora temida por
muitos, não é um fenômeno duradouro. Os dadaístas, mesmo com sua proposta de
quebrar a arte, acabaram sendo os responsáveis por um novo estilo artístico,
cuja regra era a quebra de padrões pré-estabelecidos; o movimento punk também
tinha uma visão parecida, porém relativa a música, e mesmo assim acabou criando
um certo código de conduta não verbal no qual seus integrantes usam o mesmo
estilo de roupas, instrumentos musicais,
maquiagem, etc. Nesse contexto a anomia não representa uma simples ruptura da
ordem mas também o surgimento de uma nova, o princípio de uma revolução.
Não se trata apenas de organização mas também
de ciclicidade. Um sistema, antes de ser reconstruído, precisa ruir. A fratura
das normas, além de sintoma, também é um tipo de cura para uma sociedade em
colapso (econômico, religioso, de valores, etc.). Assim a fratura da ordem não necessariamente
significa algo ruim, visto que pode gerar mudanças tanto boas quanto ruins e
que o período de anarquia não será longo, haja vista a preocupação humana com a
ordem das coisas.
Portanto percebe-se que a sociedade,
sempre em mutação, cria mecanismos capazes de assegurar suas mudanças,
garantindo sua evolução e, mesmo que tais
mecanismos gerem desconforto em alguns de seus membros, nem os mais
incomodados são capazes de detê-los.
Aline Ferreira do Carmo 1º ano Direito - Matutino
Nenhum comentário:
Postar um comentário