É incrível como o ser humano é padronizado. Parece que todo mundo pensa igual, tem as mesmas ideias, e conforme as gerações vão mudando, cria-se também um novo padrão de normalidade.
Desde pequenos somos ensinados a nos comportar e a fazer as coisas de um determinado modo que reflita o padrão. Ao crescermos, somos levados a cursar uma faculdade, de preferência pública, a, um dia, encontrar o amor de nossas vidas e casarmos, focar na carreira por um bom tempo e ter um ou dois filhos, mas não tão cedo quanto as gerações anteriores. Almejamos ter sucesso na carreira para conseguir ter uma vida confortável e com algum luxo na terceira idade.
Os sonhos? Também são sempre os mesmos: encontrar um amor, ficar rico, viajar...
Essa padronização também está presente no modo de se vestir, falar, se comportar, nos produtos que consumimos.
Por mais que você se ache diferente porque se veste de um determinado modo, porque fala ou se comporta de um outro, ou simplesmente porque se recusa a consumir os produtos industrializados ou capitalistas; pode ter certeza, existe um movimento de pessoas que se veste, fala, se comporta igual a você, ou, como você, também se recusa a consumir tais produtos.
Eu gostaria de terminar esse texto dizendo que consigo me desvencilhar de tudo isso, tal qual fiz em Comte, mas simplesmente não há como escapar dessa padronização. Você pode pensar que está escapando, mas já existe todo um grupo de pessoas que também tentou escapar, e acabou fazendo as coisas como você. Isso tudo é gerado pelo fato social, como nos explica Durkheim, que busca evitar a anomia. No fundo, apesar de nos padronizar, indiferenciar e nos transformar em nada além de uma engrenagem sem liberdade de uma sociedade, os fatos sociais a organizam e a preservam, talvez a um preço que não incomoda a maioria das pessoas.
Rafaela Carneiro Gonella - 1º ano Direito diurno
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