A necessidade de ser livre
De acordo com Durkheim, o fato social é aquele fenômeno que ocorre em todas as sociedades o qual cria uma suposta atmosfera que paira sobre as pessoas cujo objetivo principal é a harmonia e a coesão social. Neste sentido os indivíduos agem, até mesmo inconscientemente, de acordo com um padrão pré-estabelecido pela sociedade, o qual subordina-os imperativamente e coercitivamente. Este fenômeno pode ser observado em um campo um pouco mais restrito e de melhor compreensão, uma microsociedade bastante evidente que é a universidade pública.
Adentrar em uma universidade pública é um sonho para muitas pessoas do Brasil, devido à difícil seleção, entram aqueles que conseguem uma nota boa nos vestibulares, algo nem um pouco comum com a educação brasileira vigente. Além do aluno conseguir boas notas e entrar na universidade, outro entrave social surge neste meio, ainda mais quando se trata de uma universidade que demanda do novo aluno se mudar para outra cidade e entrar neste novo meio social. O meio social presente neste tipo de universidade pode afrontar algumas pessoas e até mesmo causar medo, dependendo do histórico vivido do indivíduo em sua cidade natal. Um ingressante que acaba de chegar na cidade a qual vai estudar, ira se deparar com: muitas festas, maiores liberdades afetivas, maior acesso à vários tipos de drogas e mais uma porção de outras atividades inéditas que se manifestam estritamente neste tipo de ambiente. Tomando como exemplo algum aluno que possui um histórico bem diferente deste acima dito, ou seja, de difícil adequação para estas novas atividades, o mesmo poderá encontrar um grande impasse neste novo meio social. Neste caso, o pensamento de Durkheim pode ser observado de forma empírica.
Ao iniciar seus estudos na nova cidade, pode-se observar praticamente dois universos: a universidade, com as demandas acadêmicas do curso e também o convívio social extra-universidade. Paira, em um grande números dos alunos já estabelecidos na cidade e neste convívio social, este aspecto dito no início de que para viver em harmonia e não desequilibrar as diversas forças decorrentes deste universo extra-universitário, faz-se necessário estar presente em festas, beber, fazer várias amizades e praticamente, neste caso, reconstruir-se para adaptar-se ao meio social presente. Ora, isto nada mais é do que um reflexo empírico do que foi dito por Durkheim, atendendo exclusivamente seus três requisitos essenciais, tais como : a imperatividade, a generalidade e a exterioridade, típicas do fato social.
Assim, a não adaptação deste indivíduo citado, reflete como uma ruptura nesta atmosfera criada, gerando consequências ao mesmo. Como o fato social é imperativo e coercitivo, tais consequências são tão danosas ao indivíduo que, muitas vezes pode força-lo à modificar seu estilo de vida e até mesmo suas convicções. Daí evidencia-se o perigo decorrente desta situação, a transformação imposta pelo meio social ao indivíduo que não se adequa ou possui dificuldades para fazê-lo, forçando-o a entrar nos moldes aceitos por essa microsociedade ou até mesmo fazê-lo encarar este contexto como uma necessidade.
Gabriel Martins Raposo................................ Direito 1 ano - Noturno
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