Dust in the Wind
Um
dos conceitos mais interessantes de Émile Durkheim diz respeito à relação entre
o indivíduo e a sociedade. Para o autor, a individualidade não existe, pois
nossas ações e vontades são pautadas apenas na dinâmica social, sem que
tenhamos alguma relevância nesse aspecto. Ou seja, nessa visão somos apenas
expressões do coletivo, sem autenticidade e completamente desprezíveis, visto
que todos os outros indivíduos exercem esse mesmo papel.
Nesse sentido, podemos dizer que: “tudo
o que somos é poeira no vento” (do original: “All
we are is dust in the wind”), trecho presente na canção Dust in the Wind da
banda Kansas. Somos como um grão de poeira, apenas um insignificante grão de
poeira em meio a bilhões de outros tão minúsculos e relevantes como nós. A
sociedade, por sua vez, manifesta-se como o vento, que sopra à sua própria
maneira, levando consigo todas aquelas indefesas partículas, que vão de um lado
a outro seguindo seus sopros.
O individuo,
portanto, é moldado por forças externas a ele, de modo que não tem escolha em
sua própria formação. Esse processo pode não ser percebido por seu alvo, já que
o individuo acredita que possui uma individualidade, crendo que está seguindo
seus próprios desejos, enquanto apenas está manifestando fenômenos coletivos
aos quais foi intensamente exposto.
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