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domingo, 20 de agosto de 2017

Dust in the Wind

Um dos conceitos mais interessantes de Émile Durkheim diz respeito à relação entre o indivíduo e a sociedade. Para o autor, a individualidade não existe, pois nossas ações e vontades são pautadas apenas na dinâmica social, sem que tenhamos alguma relevância nesse aspecto. Ou seja, nessa visão somos apenas expressões do coletivo, sem autenticidade e completamente desprezíveis, visto que todos os outros indivíduos exercem esse mesmo papel.
Nesse sentido, podemos dizer que: “tudo o que somos é poeira no vento” (do original: “All we are is dust in the wind”), trecho presente na canção Dust in the Wind da banda Kansas. Somos como um grão de poeira, apenas um insignificante grão de poeira em meio a bilhões de outros tão minúsculos e relevantes como nós. A sociedade, por sua vez, manifesta-se como o vento, que sopra à sua própria maneira, levando consigo todas aquelas indefesas partículas, que vão de um lado a outro seguindo seus sopros.

O individuo, portanto, é moldado por forças externas a ele, de modo que não tem escolha em sua própria formação. Esse processo pode não ser percebido por seu alvo, já que o individuo acredita que possui uma individualidade, crendo que está seguindo seus próprios desejos, enquanto apenas está manifestando fenômenos coletivos aos quais foi intensamente exposto.

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