Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
Total de visualizações de página (desde out/2009)
domingo, 20 de agosto de 2017
Banalizados, não instituídos e imutáveis?
Quando Hannah Arendt disserta sobre a banalização da violência, podemos pensar se ela se faz presente em nossa sociedade. E, pelo pouco que vemos, já conseguimos concluir que, sim, banalizamos a violência no Brasil.
Quando Bertolt Brecht diz: "não diga nunca: isso é natural, para que nada se passe por imutável" também pensamos se isso se encaixa em nossa sociedade. E, também, conseguimos concluir que sim: a violência é encarada como imutável.
Quando Durkheim coloca a causa eficiente da criminalidade, vemos o que explica essa violência dentro do coletivo e, também, a relacionamos com a nossa realidade.
Com isso, concluímos, por fim, que a causa eficiente da criminalidade é a falta de instituições como Estado, família, religião, educação, saúde e entretenimento. Ou seja, é a banalização da violência e a imutabilidade da mesma.
Então, para que não banalizemos e tornemos a violência como algo natural, e, por assim ser, imutável, pode ser proposta a discussão sobre o que fazemos para que a criminalidade se mantenha.
As instituições consideradas essenciais para o bem estar da vida humana não são proporcionadas para os criminosos. Quando eles oprimem, desrespeitam a lei e machucam as pessoas, vemos que o que faltou ou o que falta é justamente a oportunidade de ter tido instituições formadoras como as supracitadas. Assim, não podemos cobrar empatia se a base para desenvolver a mesma não está formada.
Ainda nesse mesmo prisma, vemos que, quando essa formação não se consolida, outra instituição é invocada: a penitenciária. Esta tem como papel fundamental ressocializar o criminoso, forma-lo novamente e mostrar a ele essas instituições que não foram apresentadas no passado. Entretanto, esse papel não é desenvolvido, pois a penitenciária tem, no mínimo, o papel de escola do crime. Ou seja, todas as instituições estão sendo implementadas de forma equivocada, salvo aquelas que nem implementadas são.
Por fim, podemos colocar que a questão da criminalidade é muito mais que uma situação sócio econômica, pois essa questão passa por problemas muito maiores e que estão enraizados na cultura brasileira, entre eles a banalização da violência, o pensamento de que as coisas são naturais e imutáveis, o mal desenvolvimento dessas instituições e a falta de oportunidade de entrar em contato com elas.
Seremos naturais até sermos totalmente imutáveis?
Vivian Facioli H. Mello - 1º ano Noturno
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário