Não existe liberdade. Não existe individualidade. Não existe
independência. Muito do que tomamos como certo não passa de engano. Engano que
serve ao seu propósito na sociedade. Até mesmo a doença serve ao organismo,
pois fortalece seu sistema imunológico. Tais ideais não são tão perigosos
quanto às doenças e são, no entanto, muito mais benéficos à sociedade.
A sociedade como
organismo vivo formado por nós. Nós não somos mais que células cumprindo suas
funções. Como células, existem várias para a mesma função. Não existe um só eu,
nem um só você. Regras invisíveis nos moldam desde que nascemos. Regras
invisíveis com represálias aparentes. O organismo social nos coage.
Somos iguais, mas
não por escolha própria. Somos escravos do que fazemos parte e seguimos
escravos de bom grado, felizes. Como nos enganamos tão facilmente? Nenhum ideal
que segui a vida inteira é realmente meu. Seria tudo possível? Tudo permitido?
O que seria do mundo?
E a democracia?
Seria de fato o governo do povo ou a sociedade rege os indivíduos não
importando o tipo de governo estabelecido? Todos os meus sacrifícios foram em
nome de uma ideologia sem dono, sem forma definida, que se adapta com o tempo
para que a sociedade se preserve. A sociedade que é ditadora mesmo no mais
liberal dos governos.
Este organismo
social não serve a nós, nós servimos a ele. As células sozinhas morreriam. Sou
mais que uma célula, não sou? As células moldam o organismo, deveríamos nós
moldar a sociedade. No entanto não parece que a soma dos indivíduos a molde. O
que é essa sociedade? Esse monstro que retira nossa liberdade? Seria a
liberdade de fato boa? Afinal, pensamos nela enquanto vivíamos em sociedade. A
mesma que nos controla.
Perco-me em minhas próprias palavras. Quem sou
eu? Sou uma célula defeituosa. Uma parte descartável do organismo, seria melhor
que eu fosse descartado na verdade. Deveria interferir na felicidade das
pessoas com tais palavras? Deveria criar mais células doentes? Um câncer seria
desenvolvido. Um câncer pode matar, mas morre junto. Tenho medo. Não sei o que
fazer. Outro eu saberia?...
Péricles de Freitas Nogueira 1° semestre Direito Matutino
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