Fato social e a
manutenção da (des)ordem
O ápice da
filosofia de Èmile Durkheim consiste na teoria de fato social. O sociólogo
funcionalista defende a ideia de que os homens sofrem certa coerção desde o momento
em que ganham vida, amarrados aos preceitos de sua sociedade específica.
Durkheim ainda explica que os fatos sociais não surgem apenas de necessidades
sociais imediatas e nem de disposições individuais ou psicológicas, mas que,
por trás de cada fato social, há uma causa eficiente, ou seja, outro fato social,
intrínseco à sociedade.
Dessa forma, ao analisar as sociedades e a
vida como um todo, com embasamento na visão Durkheimniana, é impossível considerar
a existência de livre arbítrio: cada homem que nasce já está condicionado a
sofrer domínio de sua sociedade, repleta de implicações características que
condicionarão suas ações futuras. Ações geralmente destinadas a conservar essas
estruturas já existentes e, assim, manter a coesão e a ordem desse grupo.
Na sociedade
brasileira atual, são propagados discursos que saúdam a meritocracia e, quando
há defesa de algum integrante das minorias, tais argumentos são taxados como “vitimismo”
pela parcela – ironicamente – favorecida da população. Elucidando apenas a teoria de Durkheim, é
quase nula a esperança de romper com as barreiras desse conservadorismo e
subverter tal ordem, já que estão todos, ou, na melhor das hipóteses, a
maioria, dominados pelos fatos sociais e suas causas eficientes.
Maria Eduarda Léo - diurno.
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