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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Durkheim hoje.

Émile Durkheim, nascido na França, é o responsável por consolidar a sociologia como ciência. Na época (meados do século XIX e início do século XX), a sociologia, como qualquer outra ciência humana, não eram creditadas assim como deveriam, não muito diferente de hoje. Suas pesquisas não geram (e nunca geraram) um produto material, palpável, comprável, lucrável. Passamos pela desvalorização atual das matérias propedêuticas e até por um projeto pedagógico com ideias de diminuir a carga horária das mesmas dentro da universidade. Por mais que a área não atraia olhares investidores externos, é justamente nela que encontramos respostas para nossos problemas políticos e sociais que tanto nos atormentam.
A sociologia de Durkheim tem como objeto de estudo o fato social: tudo aquilo que conduz o indivíduo e independe dele, sendo assim gerais, independentes e externos. O fato social está o tempo todo a exercer pressão sobre o indivíduo para que aja conforme o coletivo, indo contra tal “maré” se encontra resistência dessa regra geral, com coerções sociais, seja por forma de norma ou moral. Ir contra um padrão imposto pela sociedade (roupa, aparência, hábitos, comportamento) como tatuar o corpo em parte de grande exposição ainda causa) olhares tortos e comentários pejorativos (forma indireta de coerção). Já as formas diretas são bem mais visíveis, geralmente acompanhadas de punições e advertências, e quando não limitam a liberdade individual e os direitos fundamentais garantidos a ele, menos preconceituosas do que vemos atualmente.
  O método de estudo e pesquisa sociológica do pensador se aproxima muito do positivismo de Comte (mesmo fazendo críticas a ele). Durkheim deixa explícito a necessidade de enxergar o fato social como coisa, como se fosse o objeto de estudo de uma ciência exata, como a química, estabelecendo assim também certo distanciamento e imparcialidade, despindo-se de sentimentos passionais que poderiam afetar o resultado do trabalho. Trouxe algum tempo depois um funcionalismo em sua base, abandonando definitivamente o positivismo que de tanto criticava, explicitando que qualquer que fosse o fenômeno social, ele não surge apenas da vontade do indivíduo, mas sim das implicações internas. Quando sancionamos uma lei, não a sancionamos sem antes possuirmos uma “causa eficiente”. Quando criada a constituição de 1988, por exemplo, o artigo 5 estabelece a garantia da liberdade de expressão e de pensamento justamente para que as intensidades dos sentimentos de cidadãos que acabaram de deixar um regime ditatorial e censurador, sejam amenizados.
Durkheim defende que esse estudo seja feito da forma menos superficial possível assim como qualquer outra ciência, pois só assim se poderia se afastar do senso comum e gerar “produtos” realmente aproveitáveis para a sociedade e a solução de seus problemas sociais. Ainda é preciso enxergar qualquer outro estudo da área humana da mesma forma, para que no momento em que expormos os resultados do estudo, nos dê credibilidade. 

Ana Carolina Gracio de Oliveira (1º ano - Direito - Diurno) 

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