O advento da Idade Moderna trouxe
ao mundo uma nova concepção de vida, responsável pela moldura de um sistema
extremamente forte, que perdura até os dias atuais – a concepção científica.
Desde que “saber é poder”, o homem simplesmente racionaliza, burocratiza,
explora e domina. Seus fins são a eficiência, a economia de tempo e recursos, o
lucro, e o desenvolvimento de uma tecnologia que parece realmente ilimitada.
Que limites pode haver, afinal, na
evolução tecnológica?
A resposta a esta questão reside em
algo que, ao mesmo tempo em que dependemos dele, temos a impressão de que ele
existe meramente para nos servir, a troco de nada. Trata-se da natureza, com
toda sua riqueza de recursos.
Todos os homens
dependem da natureza e sua exploração é algo natural, existente desde os tempos
primitivos. A partir do homem moderno, entretanto, tal exploração passou a ser
doentia, pois o avanço tecnológico e o mercado capitalista assim o exigiam.
É incontroversa
a limitação dos recursos naturais, enquanto que o desenvolvimento tecnológico e
capitalista parece sem fim. O homem contemporâneo encontra-se em um choque de
variáveis que o limitam e fazem nascer uma nova concepção – a da
sustentabilidade.
É necessária a
preservação da natureza, através da contenção das exploratórias ações humanas,
a fim de que as futuras gerações possam sobreviver. Assim como a nossa e todas
as que nos antecederam, elas também necessitarão dos recursos naturais.
Chegamos em um
ponto em que o colapso do planeta depende também de nossa racionalidade, de
toda a tecnologia que o homem é capaz de produzir. A ciência deve ser utilizada
também como instrumento de preservação da vida e racionalização de recursos e não
mais exclusivamente com fins políticos e econômicos.
Para que isso
ocorra é necessária uma mudança de valores, uma série de questionamentos
racionais temperados de valoração humana – fraternidade e solidariedade.
Desvincular-se do extremo cientificismo nocivo pode requerer uma nova visão
holística do mundo e introspectiva do que somos e qual a finalidade da nossa
existência.
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