No filme “Ponto de Mutação”,
adaptação do livro de Fritjof Capra, há a apresentação de um pensamento
sistêmico totalmente integrativo, sustentado por uma idéia de que todas as
coisas estão conectadas, revelando uma cadeia de disposições e acontecimentos
sem condições exatas de compreensão pelo homem. Esse pensamento, segundo o que
é dito no filme, pode ser aplicado nas diversas áreas do conhecimento e da
vivência social.
O conforto trazido ao indivíduo
pela ignorância ou pelo descaso em se abrir para o novo, em analisar as ações
por diferentes pontos de vista, é o que deve se abolir ao utilizar esse
pensamento, capaz de fornecer uma abertura ao entendimento da interdependência
dos fatos cotidianos.
Ao utilizar esse principio como
técnica na aplicação das leis e das políticas públicas, é certo que, a longo
prazo, teremos uma mudança no caráter do direito. Como sabemos, o direito é
exercido por profissionais com suas próprias características morais e
ideológicas, suas crenças políticas e religiosas, que julgam diferentes casos
que não se enquadram em um padrão perfeito. Essa diferença entre cada indivíduo
e cada ação é que deve ser analisada levando em conta um parâmetro de
integração com a realidade social e econômica, ambas regentes de toda nossa
sociedade atual.
Entretanto, é no mínimo
inalcançável a perfeita integração das normas jurídicas com um julgamento ético
sobre todos os casos especificadamente. A responsabilidade do juiz, promotor ou
advogado está na conciliação dos interesses coletivos da sociedade ou
individuais de uma pessoa com o que ditam as leis.
Em outras palavras, a aplicação
prática do direito deve seguir a evolução que a humanidade adquiriu ao longo do
tempo e a complexidade dos problemas sociais atuais. Não há somente uma causa e
uma consequência para cada problema existente, assim deve se abranger as
possibilidades ao, por exemplo, aplicar a jurisprudência, interpretar um
artigo.
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