O filme “ Ponto de Mutação” faz uma crítica ferrenha a
sociedade cartesiana atual. Ele critica a maneira como abordamos as coisas,
fragmentando-as. Afinal vivemos na era da especialização, onde uma pessoa
conhece cada vez mais sobre um campo menor de conhecimento. Na época onde o
homem quer “escravizar a natureza” e não consegue, como a física no filme, ver
a natureza como um sistema, onde uma árvore é um membro desse grande sistema.
Querem apenas extrair seus recursos e transformá-los em alguma forma de
riqueza.
É preciso que passemos a abordar as coisas de uma
maneira holística, avaliando todas as variáveis e não só o nosso lado. É vital
que tenhamos uma concepção diferente de Bacon e Descartes, pois suas concepções
estão fadadas ao fim, já que prescrevem o uso indiscriminado da natureza como
se fosse um escravo e não um sistema ao qual fazemos parte e não somos capazes
de sobreviver sem ele.
Outro tema discutido no filme de Bernt Capra é a
postura dos cientistas diante de sua invenção e a responsabilidade social. Tema
atual pois grandes gênios ficaram em um grande dilema quanto a isso, como
Santos Dummont quando viu que o avião que havia inventado estava sendo usado
com sentido bélico ele ficou muito mal e cometeu suicídio. Será que o cientista
pode ter livre arbítrio sobre sua invenção? Qual seria o limite que o inventor
poderia chegar com sua obra? São questões sem respostas, as quais, a medida que
a tecnologia avança, se tornam mais necessárias de serem respondidas. Além
disso, para agravar a questão as vezes o cientista não tem plenos poderes para
decidir o que será feito com a invenção, mas quem decide são os patrocinadores
do projeto que na maioria das vezes querem, acima de tudo, serem ressarcidos e
gerar lucros.
Em suma, vários temas são abordados no filme,
entretanto o principal é sem dúvida a critica ao modelo cartesiano de sociedade
que adotamos e para mudar isso é preciso que tenhamos uma abordagem holística.
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